Um dos assuntos mais comentados em redes sociais ao final de 2024 foi a proposta da deputada Érika Hilton (PSOL/SP) de acabar com a Escala 6×1, que consiste em 6 dias de trabalho para um dia de folga.
A proposição tem como promessa central a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, oferecendo mais tempo de descanso sem redução salarial. Contudo, o caminho da PEC para se tornar realidade está repleto de desafios políticos e econômicos.
Um levantamento conduzido pelo Ranking dos Políticos aponta que 52,8% dos parlamentares acreditam que a PEC não avançará neste momento, enquanto um quarto avalia que há chances reais de progresso. Também há uma redação com a proposta do deputado Reginaldo Lopes (PT/MG). A proposta de Lopes, por incluir regras de transição, parece encontrar maior receptividade, e atualmente tramita na Comissão de Constituição e Justiça, aguardando designação de relator.
A resistência do Congresso, no entanto, reflete preocupações legítimas. Mudanças na legislação trabalhista sempre envolvem desafios, especialmente em uma economia que ainda busca equilibrar competitividade e direitos dos trabalhadores. 34,3% dos parlamentares consultados afirmam que ela prejudicará muito a economia, enquanto 30,6% afirmam que haverá prejuízo, mas limitado. Somente um terço dos deputados federais responderam que não haverá prejuízos se a proposta avançar, de acordo com a pesquisa parlamentar citada.
Entretanto, o apoio popular à mudança não pode ser ignorado. Uma pesquisa do Datafolha revelou que 64% dos entrevistados consideram que o ideal seria trabalhar cinco dias por semana, com jornadas reduzidas ou adaptadas às novas dinâmicas produtivas. O alto apelo eleitoral do tema, com 67% das manifestações digitais favoráveis ao fim do modelo 6×1, indica que essa pode se tornar uma pauta central nas eleições de 2026.
Metodologia
Para conduzir a pesquisa, foi empregado um questionário estruturado na Câmara dos Deputados, distribuído entre 108 deputados federais de 21 diferentes partidos, respeitando o critério da proporcionalidade partidária. A coleta de dados ocorreu entre os dias 18 a 22 de novembro de 2024, sendo entrevistados os próprios deputados pessoalmente ou por contato telefônico por entrevistadores treinados pela equipe do Ranking dos Políticos.