A inteligência artificial generativa deve ganhar ainda mais espaço nas estratégias do agronegócio brasileiro em 2025. Segundo a 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, 61% dos CEOs do setor esperam aumento de lucratividade com o uso da tecnologia ao longo dos próximos meses. O dado acompanha a média nacional, que também registrou otimismo com os avanços tecnológicos.
Acompanhe o Folha Business no Instagram
Do total, 52% dos CEOs afirmam que a IA generativa resultou em ganhos de eficiência no uso do tempo dos funcionários e 26% identificaram aumento na receita. Em relação à lucratividade, 24% dos CEOs do agro dizem ter registrado ganhos.
A pesquisa, que ouviu 4,7 mil líderes empresariais em mais de cem países, revela que o setor agro está entre os mais dispostos a investir em transformação digital. Entre os CEOs brasileiros do agro, 78% afirmam que pretendem integrar IA (inclusive a generativa) às plataformas tecnológicas nos próximos três anos — um percentual superior à média nacional (69%).
De acordo com Wallace Lovato, CEO da empresa capixaba Globalsys, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais estratégico na consolidação do agro como um dos pilares da economia nacional.
“A transformação digital no setor já é realidade, com soluções tecnológicas aplicadas em todas as etapas da cadeia produtiva — do campo à indústria — e em diversos processos de gestão em cooperativas, distribuidoras e empresas agroindustriais”, destaca o executivo.
Tendências tecnológicas no agronegócio
Entre as tendências tecnológicas que vêm ganhando força, Lovato aponta a Agricultura 5.0, com automação inteligente e uso intensivo de IA e machine learning, além do crescimento de soluções em Big Data, Internet das Coisas (IoT), blockchain e veículos autônomos.
“Estamos vendo uma adoção crescente de modelos preditivos e gêmeos digitais de propriedades rurais, sensores conectados monitorando o campo em tempo real e o uso de drones e máquinas agrícolas autônomas que aumentam a produtividade e reduzem desperdícios”, explica Lovato.
Na prática, as soluções desenvolvidas pela Globalsys já refletem esse avanço. “Temos atuado diretamente no desenvolvimento e na implementação de plataformas SaaS para cooperativas, agroindústrias e distribuidores; APIs integráveis com ERPs e sensores de campo; e sistemas de analytics e big data para geração de indicadores estratégicos. Também investimos em hiperautomação e na criação de jornadas digitais personalizadas”, afirma Lovato.
Desafios e reinvenção no setor agro
O estudo da PwC também chama atenção para os desafios enfrentados pelo setor. Para 56% dos CEOs do agro, as mudanças climáticas representam a principal ameaça aos negócios — uma preocupação significativamente maior do que a média global (14%). Outro ponto crítico é a qualificação da mão de obra, mencionada por 38% dos entrevistados. Além disso, 44% dos CEOs acreditam que suas empresas não serão viáveis economicamente por mais de dez anos sem mudanças significativas.
Apesar disso, a busca pela reinvenção segue forte: 44% dos CEOs agro brasileiros afirmam ter estabelecido parcerias com outras organizações nos últimos anos — 11 pontos percentuais acima da média nacional. E a inteligência artificial desponta como uma das principais aliadas para impulsionar a resiliência e a lucratividade do setor no futuro próximo.
Leia também:
Com uso de tecnologia, Suzano reduz em 53% os incêndios em áreas florestais no Espírito Santo
Laticínio capixaba com produção 100% A2 investe R$ 4 milhões em estrutura e qualidade
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.
