Mamão capixaba registra alta de 20% nas exportações em janeiro
Mamão capixaba registra alta de 20% nas exportações em janeiro

As exportações de mamão do Espírito Santo cresceram em janeiro de 2025, registrando um volume de 1,8 mil toneladas e um faturamento de US$ 2,52 milhões. Em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram exportadas 1,5 mil toneladas e a receita foi de US$ 2,12 milhões, houve um aumento de 20% no volume embarcado e de 18,87% na receita. Esses números refletem a demanda aquecida pelo fruto no mercado internacional e a competitividade do estado no setor.

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Crescimento impulsionado pela demanda externa e condições climáticas favoráveis

No cenário nacional, as exportações brasileiras de mamão alcançaram 4,4 mil toneladas em janeiro de 2025, um crescimento de 28,59% em relação ao mesmo mês de 2024 e de 7,5% na comparação com dezembro de 2024. O faturamento total foi de US$ 5,46 milhões, um aumento de 25,8% na comparação anual.

Os principais estados exportadores foram Espírito Santo (41%), Rio Grande do Norte (36%), Bahia (8%) e Paraíba (7%). Entre os principais destinos do mamão brasileiro, destacam-se Portugal (31%), Espanha (16%) e Reino Unido (14%).

De acordo com a Conab, a oferta nacional da fruta aumentou em janeiro, impulsionada pelo crescimento da produção desde o segundo semestre de 2024. Esse fator, aliado à alta demanda externa e à valorização do dólar frente ao real, manteve as exportações aquecidas.

Impacto do clima na produção

A previsão climática para fevereiro, março e abril indica chuvas ligeiramente abaixo da média nas principais regiões produtoras, como o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. As temperaturas também deverão ficar abaixo da média, o que pode favorecer um amadurecimento mais acelerado das frutas, desde que as chuvas não sejam excessivamente escassas.

Em Minas Gerais e no meio-oeste baiano, no entanto, a estiagem e as altas temperaturas podem levar ao amadurecimento precoce dos frutos e dificultar o escoamento da produção.

Oferta e demanda em janeiro

No primeiro mês do ano, houve aumento da oferta e queda da demanda pelo mamão, o que pressionou os preços. Historicamente, após as festas de fim de ano e devido à concorrência com outras frutas da estação e às férias escolares, o consumo tende a cair, comportamento que se confirmou neste período.

A comercialização do mamão, por outro lado, cresceu mais de 26% no mês, impulsionada pelo aumento da produção no sul da Bahia e no centro-norte do Espírito Santo. Esse crescimento na oferta foi influenciado pelo forte calor, que acelerou o amadurecimento das frutas. No entanto, chuvas intensas favoreceram o surgimento de doenças fúngicas, elevando os custos com fungicidas e dificultando a colheita em algumas regiões. Isso levou a uma redução da oferta de frutas de qualidade no fim do mês, impulsionando novamente os preços.

Regiões produtoras

Entre as principais regiões produtoras do Brasil, as lavouras baianas, lideradas por Porto Seguro, foram responsáveis pelo maior volume de comercialização, com 12,2 mil toneladas enviadas para as Ceasas. No total, a Bahia comercializou 15,06 mil toneladas, um aumento de 16,15% em relação a dezembro de 2024.

O Espírito Santo foi o segundo maior fornecedor, com 11,42 mil toneladas, registrando um crescimento de 30,8% em comparação ao mês anterior. As regiões produtoras do Rio Grande do Norte e do Ceará também tiveram participação relevante, enquanto as regiões exportadoras de Minas Gerais estiveram em período de entressafra. No total, as Ceasas comercializaram 34,95 mil toneladas de mamão, um aumento de 26,2% na comparação mensal.

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Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.