O mercado global de biochar – ou biocarvão enriquecido – deve alcançar US$ 136,2 milhões até 2033, impulsionado pelo crescente interesse em soluções sustentáveis para a agricultura. De acordo com a consultoria Allied Market Research, o setor deve registrar um crescimento anual composto (CAGR) de 8,9% entre 2024 e 2033, impulsionado pela demanda por práticas agrícolas mais sustentáveis, melhoria da qualidade do solo e sequestro de carbono.
O Brasil se destaca nesse cenário pelo potencial produtivo do biochar a partir de resíduos de açaí, café e outros cultivos, consolidando-se como um ator relevante nesse mercado em expansão.
O estudo também ressalta limites para a produção do biocarvão que estão relacionados, primordialmente, ao custo elevado.
“Fatores como incentivos governamentais, avanços tecnológicos e a ampliação das aplicações industriais oferecem oportunidades de crescimento”, aponta o estudo.
A consultoria sugere que uma das soluções é integrar a fabricação de biochar com estratégias do mercado de carbono, o que pode garantir rendas extras e sólidas para a cadeia produtiva.
Segundo a consultoria, cresce a necessidade de “aprimorar a fertilidade do solo, a retenção de água e reduzir a dependência de fertilizantes químicos também estimula a demanda pelo biocarvão enriquecido”.
Se o Brasil tem um dos maiores potenciais produtivos, é a região asiática a projetada para maior consumo de biochar. De acordo com a Allied Market Research, a região da Ásia-Pacífico deteve a maior participação de mercado em 2023.
“A demanda por biocarvão enriquecido na região está crescendo de forma constante, impulsionada pela necessidade de práticas agrícolas sustentáveis e melhoria da saúde do solo”, justifica o estudo.
O rápido crescimento populacional e o aumento da demanda por alimentos motivam o potencial da área, que tem países como China, Índia e nações do Sudeste Asiático.
A pesquisa identifica também que governos da região estão apoiando a adoção do biocarvão por meio de subsídios e iniciativas voltadas para a promoção da agricultura sustentável e o sequestro de carbono, o que pode ser uma lacuna de mercado que países produtores de biochar passem a suprir.
No Espírito Santo, a produção de biochar tem avançado nos últimos anos, com a chegada de empresas como a Net Zero.