As mudanças climáticas e tecnológicas são duas tendências globais apontadas na 27ª edição da Global CEO Survey como fatores de mudança para criação, entrega e captura de valor para os próximos anos na avaliação dos líderes do setor do agronegócio. É o que mostra uma pesquisa anual da PwC, que neste ano ouviu mais de 4,7 mil executivos em mais de 100 países, entre eles o Brasil. Hoje, quase um terço (31%) dos CEOs do setor acredita que seus modelos de negócios podem se tornar inviáveis em uma década caso sigam com o modelo atual.
69% estão confiantes no crescimento econômico do país nos próximos 12 meses
O estudo aponta que 69% dos CEOs do agronegócio identificam as mudanças tecnológicas como um fator que impactará “muito” ou “extremamente” o setor nos próximos três anos, indica a pesquisa. Enquanto isso, 71% dos líderes do agro consideram as mudanças climáticas como principal exposição e ameaça para seus negócios nos próximos 12 meses. Além disso, há uma expectativa crescente em relação ao crescimento do uso da inteligência artificial (IA) generativa. Para 71% deles, a utilização desta tecnologia vai aumentar a eficiência de trabalho nos próximos 12 meses e para 69% a eficiência de trabalho dos funcionários também deve crescer. “Nota-se na pesquisa que inteligência artificial e mudanças climáticas já pautam a agenda do setor e vão continuar pautando em um futuro próximo”, avalia Maurício Moraes, sócio da PwC Brasil e líder para o setor de agribusiness. A atenção a essas tendências dialoga com o fato de quase um terço dos CEOs do setor (31%) acreditarem que seus negócios não serão economicamente viáveis por mais de 10 anos, em comparação com 23% no ano passado, mantido o rumo atual de suas empresas. Apesar disso, a adoção da inteligência artificial generativa ainda é modesta no agro, com apenas 23% dos CEOs relatando sua implementação nos últimos 12 meses, enquanto 11% mudaram as suas estratégias de negócios em resposta a essa tecnologia. A percepção sobre o impacto da IA generativa varia, com 54% acreditando que melhora a qualidade dos produtos ou serviços, mas apenas 34% acreditam que aumentará a confiança com os stakeholders. Os CEOs também expressam preocupações específicas em relação aos riscos associados à IA generativa, especialmente em cibersegurança, citada por 80%, e a divulgação de desinformação, mencionada por 63%. No entanto, 89% dos CEOs do setor estão empenhados em melhorar a eficiência energética e inovar em produtos e serviços com baixo impacto climático. Dados da 27ª edição da pesquisa CEO Survey, que ouviu líderes do setor em mais de 100 países. ● 69% creem na tecnologia e 71% nas mudanças climáticas como fatores de mudança na criação, entrega e captura de valor nas empresas ● Para 80%, a IA generativa apresenta ameaça relacionada à cibersegurança ● 69% estão confiantes no crescimento econômico do país nos próximos 12 meses ● 31% temem que seus negócios não sejam viáveis em 10 anos, caso não haja reinvenção nos modelos de negócios ● 89% têm esforços em andamento ou concluídos para melhorar a eficiência energética dos seus negócios