Minas Gerais e Espírito Santo são os grandes protagonistas da produção de café no Brasil, e esse protagonismo também se reflete nas exportações. Em 2024, entre as dez cidades brasileiras que mais exportaram café, oito estão em Minas Gerais e duas no Espírito Santo: Nova Venécia e a capital Vitória. No ranking nacional, Nova Venécia ocupa a quarta posição, enquanto Vitória aparece em quinto lugar, ao lado de cidades mineiras tradicionais, como Varginha, Guaxupé, Alfenas e Patrocínio.
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Espírito Santo se destaca entre os 10 maiores exportadores de café do Brasil
As exportações capixabas de café geraram US$ 2,092 bilhões em 2024, o equivalente a R$ 11,7 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Vale lembrar que esse montante impulsiona não apenas o agronegócio, mas toda a cadeia produtiva, beneficiando pequenos produtores, colhedores, caminhoneiros, cooperativas, viveiristas, prestadores de serviços e o comércio local das cidades produtoras e exportadoras.
O município de Varginha (MG) lidera o ranking nacional, com mais de 7,7 milhões de sacas enviadas para o exterior. Já o Espírito Santo se destaca com Nova Venécia e Vitória entre as dez primeiras colocadas. Além delas, outros municípios capixabas figuram entre os principais exportadores: Linhares (12º), Viana (23º), Vila Velha (25º), Dores do Rio Preto (27º), Colatina (30º), Muniz Freire (31º), Serra (33º), Marechal Floriano (35º) e Santa Maria de Jetibá (41º).
Em volume exportado, Nova Venécia liderou no Espírito Santo com 3,098 milhões de sacas, seguida por Vitória (1,972 milhão), Linhares (1,490 milhão), Viana (553,1 mil), Vila Velha (384,6 mil), Dores do Rio Preto (380,2 mil), Colatina (388,3 mil), Muniz Freire (377,9 mil), Serra (273 mil) e Marechal Floriano (227,8 mil).
Cidades que mais exportaram café no Espírito Santo em 2024 (por receita):
- Nova Venécia: US$ 614.191.274
- Vitória: US$ 440.962.804
- Linhares: US$ 295.190.441
- Viana: US$ 120.219.618
- Vila Velha: US$ 94.262.627
- Dores do Rio Preto: US$ 93.602.035
- Colatina: US$ 87.147.779
- Muniz Freire: US$ 80.907.593
- Serra: US$ 68.809.908
- Marechal Floriano: US$ 58.488.576
Cidades que mais exportaram café no Brasil em 2024 (por receita):
- Varginha (MG): US$ 1.928.365.319
- Guaxupé (MG): US$ 1.506.324.691
- Alfenas (MG): US$ 632.307.256
- Nova Venécia (ES): US$ 614.191.274
- Vitória (ES): US$ 440.962.804
- Patrocínio (MG): US$ 424.236.541
- Manhumirim (MG): US$ 357.317.079
- Espera Feliz (MG): US$ 329.988.419
- Manhuaçu (MG): US$ 317.086.116
- Matipó (MG): US$ 315.228.676
Principais municípios produtores de café no Espírito Santo
De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em 2023, Linhares foi o maior produtor de café conilon no estado, seguido por Rio Bananal, Jaguaré, Vila Valério e Nova Venécia. Já no cultivo de café arábica, destacam-se Iúna, Brejetuba, Muniz Freire, Ibatiba e Domingos Martins.
A diferença entre as cidades que mais produzem e aquelas que lideram as exportações tem uma explicação técnica: “o registro das exportações é feito com base no CNPJ da empresa exportadora, ou seja, no local onde a guia de exportação é emitida”, explica o economista Orlando Caliman, diretor econômico da Futura Inteligência.
Isso significa que o café pode ser cultivado em um município, mas contabilizado como exportação de outro, dependendo da localização da empresa responsável pelo embarque.
“O caso de Nova Venécia ilustra bem essa dinâmica. O município figura entre os maiores exportadores, mesmo sem estar entre os principais produtores do estado. Isso deve ocorrer porque empresas sediadas na cidade concentram operações de exportação, especialmente de café conilon”, complementou o economista.
Além disso, Caliman também destaca o exemplo de Santa Maria de Jetibá, que aparece no ranking de exportação, provavelmente devido à atuação de cooperativas locais especializadas em café arábica. “A Pronova, por exemplo, que trabalha com cafés especiais, deve ser uma das responsáveis pelas exportações registradas no município”, conclui.
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