Após a saída de Júlio Castiglioni da presidência da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Bruno Fardin foi o nome indicado pelo Ministério da Infraestrutura para concluir a transição da gestão pública para a privada. A Quadra Capital arrematou a concessão da companhia em março e deve assumir a gestão no fim de agosto deste ano, quando se encerrará o prazo de transição. A seguir, detalhamos como vai funcionar a passagem de bastão da primeira privatização portuária do país e como a Codesa está se preparando para isso.
Confira o cronograma da transição da Codesa para a gestão privada
Depois de arrematar o leilão de concessão da Codesa, a gestora Quadra Capital apresentou documentos de habilitação, que comprovam a competência para assumir a gestão da autoridade portuária. Segundo fontes a par do assunto, a capacidade técnica e financeira da Quadra está praticamente aprovada. Dezembro de 2018: O futuro Ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas convida Júlio Castiglioni para assumir a presidência da Codesa e prepará-la para a concessão; Janeiro de 2021: Após três anos consecutivos no vermelho, a Codesa atinge um lucro de R$ 30 milhões em 2020 e tem seu “melhor ano da história”; 30 de março de 2022: A gestora Quadra Capital arrematou a Codesa com um ágio de R$ 106 milhões. O fundo vai desembolsar um total de R$ 1,3 bilhão e R$ 885 milhões em investimentos. A gestora adquiriu 100% das ações da companhia e o direito de exploração dos portos de Vitória e Barra do Riacho por 35 anos, prorrogáveis por mais cinco; 28 de abril: Bruno Fardin, indicado pelo Ministério da Infraestrutura, assume a presidência da Codesa após saída de Júlio Castiglioni; 20 de maio de 2022: Essa é a data final para homologação do certame (oficialização do leilão), após ser verificada a capacidade técnica e financeira da arrematante. A partir daí, o processo de transição para a gestão privada se intensifica; Agosto de 2022: Cinco meses após o leilão é o prazo previsto para a gestora privada assumir de forma plena a gestão da Codesa.
“A Codesa está dialogando com a Quadra para que possamos ter uma transição amena”
Antes mesmo de Jair Bolsonaro subir a rampa do Planalto, Júlio Castiglioni, recebera o convite do futuro Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para assumir a presidência da Codesa. O objetivo central da gestão: preparar a primeira concessão portuária do país. Com o sucesso da missão– a Codesa foi arrematada por uma gestora privada em março– Castiglioni deixa a estatal e será sucedido no cargo por Bruno Fardin. Ao contrário do que se pode pensar, Fardin não é um nome indicado pela iniciativa privada, afinal, a gestora ainda não assumiu o controle da Codesa. Fardin era integrante da equipe do ex-presidente da companhia e foi indicado pelo MInfra para continuidade à transição para a gestão privada. O ex-presidente da Codesa retorna à Procuradoria do Estado do Espírito Santo. Segundo fontes a par do assunto, Bruno Fardin foi um importante nome no crescimento de receitas da Codesa e é considerado uma liderança madura e experiente para dar continuidade a esse processo de transição para a gestão privada. Raquel Guimarães, que assume a Diretoria de Desenvolvimento e Planejamento, é considerada uma referência em desenvolvimento de negócios portuários. Após a homologação do leilão, que deve ocorrer no dia 20 de maio, o processo de transição para a gestão privada se intensifica. Entre o fim de agosto e a primeira metade de setembro, a Codesa finalmente estará sob controle da Quadra Capital. Segundo Castiglioni, essa mudança de presidência se deu de forma harmoniosa e foi bem recebida pela Quadra. Aliás, a transição está sendo planejada para se dar de forma mais harmoniosa e amena possível. “Desde o dia do leilão, a gestão da Codesa está dialogando com a Quadra para que possamos ter uma transição amena. Neste momento, não há nada que a Quadra possa fazer para determinar as decisões na companhia, mas estamos trabalhando juntos para que a passagem de bastão seja suave”, disse Júlio Castiglioni à coluna Mundo Business. Bruno Fardin, que assume a presidência da autoridade portuária hoje (28), afirma que sua gestão será pautada na preparação para a transição. “Neste momento de transição, não vamos fazer nenhuma grande transformação, apenas continuar os atos da gestão anterior e preparar a Codesa para ser assumida pelo administrador privado. A partir da homologação do leilão em maior, essa transição será acelerada e teremos encontros periódicos com a nova gestora”, afirmou Fardin.