Orlando Caliman: mercados regionais como janelas de oportunidades de negócios

Dentre os diversos “Brasis” dispostos regionalmente – e que se diferenciam por formações econômicas, sociais e, inclusive, culturais – podemos identificar aquelas que se distinguem por atributos e características que as destacam e as tornam mais prósperas, desenvolvidas e atrativas. Formam, assim, o que podemos designar de mercados regionais de destaque.

Distinguem-se, portanto, por peculiaridades nas suas estruturas produtivas, que lhes são bem próprias, e que refletidas nas suas respectivas dinâmicas econômicas apontam, em termos de direção e intensidade, para potencialidades e oportunidades de desenvolvimento de negócios e investimentos. Para tanto, contam com saudáveis ambientes de negócios, com alto grau de previsibilidade e perspectivas que garantem retornos financeiros mais seguros.

Na direção desses promissores mercados regionais, a Apex Partners criou o movimento BRM – Brasilian Regional Markets – e os BUYs estaduais. Que se bem entendidos como um movimento, visam reverter a atual assimetria observada no acesso a dados, informações e instrumentos financeiros como mercado de capitais e private equity e outras facilidades.

Em síntese, essa incursão parte de evidências e avaliações de que o Brasil, sobretudo do ponto de vista econômico, mostra-se muito além do que apontam os olhares do mundo exterior, ou mesmo internamente, que veem, por exemplo, o país mais através de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro.

Se bem observarmos, esses outros mercados, além de Rio de Janeiro e São Paulo, representam cerca de 60% do PIB nacional, ou seja, R$ 6,8 trilhões, 95% do território nacional, 70% da população do país e aproximadamente 84% do total da energia gerada.

São mercados que em anos recentes vem crescendo acima da média nacional. Em 2023 cresceram em média 4,2%, contra média nacional de 3,9%. Representam novos espaços de oportunidades de investimentos em frentes como agroindústria, infraestrutura, construção, PPPs – Participação Público-Privada, tecnologias, dentre outras.

A partir dessas perspectivas de oportunidades, a Apex vem realizando anualmente uma série de eventos sob a denominação de BRM – Brasilian Regional Markets, com rodadas em Brasília, São Paulo e Nova York, e BUYs, focados no Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.

O objetivo é fazer ver – ao mundo e ao país – que existem no país estados e regiões que se destacam em crescimento, desenvolvimento, potencialidades e oportunidades para se fazer negócios e obter bons retornos. É, também, contribuir para a redução das atuais assimetrias de oportunidades.

Se bem entendido, o que se está fazendo deve ser visto como uma verdadeira diplomacia econômica ativa, focada na atração de negócios e investimentos para tais regiões.

*Orlando Caliman é economista, ex-secretário de Estado do Espírito Santo e diretor econômico da Futura Inteligência

Ricardo Frizera Colunista
Colunista
Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 9 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa.