Por trás de gigantes multinacionais, existem pessoas que fazem a engrenagem gerar. Uma das figuras de grande relevância na engrenagem da ArcelorMittal, siderúrgica que produz 20% do aço do país, é o capixaba Paulo Wanick, Diretor de Finanças, Estratégia & Riscos e Tecnologia da Informação da companhia para no Brasil. No último Programa Mundo Business conversamos com Wanick sobre sua trajetória, que, para além da indústria, está ligada ao desenvolvimento do ambiente de negócios no Espírito Santo. Assista Mundo Business com Paulo Wanick
Wanick assume presidência do IBEF-ES e se dedica ao ambiente de negócios do ES
Mundo Business: Durante sua trajetória na ArcelorMittal, quais foram as principais iniciativas em inovação e ESG [sigla em inglês para meio ambiente, social e governança]? Paulo Wanick: Temos o Programa iNO.VC, que deu origem ao hub de inovação da ArcelorMittal Tubarão. Um pilar central da nossa agenda é a sustentabilidade. Criamos o programa Evoluir em um compromisso firmado com autoridades pública, o qual prevê investimento total de R$ 1,2 bilhão de reais em iniciativas de sustentabilidade ao longo de 5 anos. Além disso, estamos lançando o app Evoluir ArcelorMittal, onde temos todas as nossas mais de 300 iniciativas apenas na ArcelorMittal Tubarão, em Vitória. Mundo Business: Você também e diretor do ES em Ação e presidente do IBEF-ES (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças]. Como você lida com essa agenda? Paulo Wanick: Recebi um convite do Wagner Chieppe pro ES em Ação, e eu disse que não tinha tempo. Mesmo assim, ele insistiu para eu entrar porque pessoas ‘sem tempo’ realmente estão envolvidas e entregando resultados. Assumi a presidência do IBEF/ES. O instituto passou por uma mudança nacional e aqui no estado também fizemos essa reformulação. Trouxemos muitos jovens, renovamos a diretoria e queremos fomentar o ambiente de negócios no Espírito Santo.
“Espírito Santo é visto como provinciano, mas deu origem a grandes negócios”, diz Wanick
Mundo Business: Como foi o ponta pé da sua vida profissional? Paulo Wanick: Comecei minha vida profissional no Banco Itaú, na área de câmbio. A economia sempre me fascinou e via o câmbio como uma área mais sofisticada. Mas percebi que minha função no banco ficava limitada e eu queria uma função mais diversificada. Em um processo de seleção da atual PwC [multinacional de consultoria e auditoria] em Vitória fui aprovado, que até então era pequeno, e tive oportunidade de trabalhar em inúmeras áreas: siderurgia, agronegócio, granito, transportes, serviços médicos. Mundo Business: Antes de se firmar em Vitória, você já morou em SP e exterior. Como foi essa experiência? Paulo Wanick: Fui convidado para ir pra São Paulo, trabalhar na área de fusões e aquisições da PwC e namorei uma oportunidade de ir para o exterior. Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de voltar pra Vitória para a CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), que era meu cliente desde a consultoria, e que eu acompanhei durante todo o processo de privatização. Sempre tive muita admiração e carinho pela empresa. Voltamos para Vitória e assumi um cargo executivo na CST. Mundo Business: Como você enxergou o retorno ao Espírito Santo? Paulo Wanick: Muitos pensam que o ES é um estado provinciano, mas daqui surgiram boas ideias e grandes negócios. Na época a CST passou por um processo vertiginoso de crescimento e implementação de novas práticas na siderurgia. Mundo Business: Como foi o processo para chegar ao cargo de diretor financeiro de uma das maiores siderúrgicas do mundo? Paulo Wanick: Fui convidado para ir pra Luxemburgo onde fica a sede da ArcelorMittal e no retorno assumi uma gerência que era considerada o braço direito do CFO [diretor de finanças]. A partir daí, foi uma ascensão natural.