Paulo César Sarria é um dos grandes nomes do empreendedorismo capixaba da atualidade e o Programa Mundo Business abriu as portas para ele contar sua história. O empresário iniciou sua trajetória como garçom e decidiu empreender no ramo de papelaria em 1979. Décadas depois, sua lojinha em Cariacica tornou-se uma das 100 maiores com sede no Espírito Santo: o Atacado São Paulo. Confira os principais destaques da nossa conversa a seguir.

Durante a pandemia, Atacado São Paulo dobrou área do centro de distribuição

Ricardo Frizera: Hoje o Atacado São Paulo é uma das maiores empresas fundadas no Espírito Santo? Paulo César: O nome veio com a intenção de parecer grande, e logo pensei em São Paulo. O espaço físico do Atacado foi crescendo e hoje temos uma loja de mais de 3 mil metros quadrados, ampla e com muita variedade. Agora, vamos abrir uma filial em Campos (RJ). Durante a pandemia, dobramos o tamanho do nosso Centro de Distribuição, que funciona 24 horas por dia e passa a ter 8 mil metros quadrados. Ricardo Frizera: Quais foram os valores necessários para construir uma empresa desse porte? Paulo César: Ser um bom patrão para atrair e bons colaboradores; ter respeito ao cliente  e envolvê-los no negócio e ter credibilidade e respeito com fornecedores. Mas sempre repito que o importante é ter pé no chão, não se endividar e não se alavancar. Leia mais: Atacado São Paulo investe R$ 14 milhões em nova loja e centro de distribuição

“Decidi vender em grande volume por uma margem menor”

Ricardo Frizera: Como foi o início da sua trajetória? Paulo César: Na minha juventude, morava no interior de Anchieta e fui para Guarapari estudar, porque era uma cidade mais desenvolvida por conta do turismo. Comecei trabalhando em uma lanchonete como garçom. Era reconhecido naquele papel pela facilidade de comunicação e fiz muitas amizades que influenciaram minha vida. Uma dessas amizades foi Américo Pereira Rocha, que me deu uma quitinete para que eu pudesse trabalhar mais no restaurante. Ricardo Frizera: Quando você iniciou a empreender? Paulo César: Fui para Vitória cursar o 2º grau e fui trabalhar com Américo Pereira Rocha, que era representante de várias fábricas de produtos de papelaria. Foi assim que comecei como preposto de representante pelo Espírito Santo. Em 1979, vi a força do mercado de papelaria e procurei uma loja vazia para alugar e empreender nesse segmento. Como não encontrei nenhum espaço vazio, comprei o direito de usar um espaço de uma peixaria e fundei a Papelaria Itacibá no bairro de mesmo nome em Cariacica. Ricardo Frizera: De pequena papelaria a atacado, como foi o desenvolvimento desse modelo de negócio? Paulo César: Enquanto eu realizava a obra da papelaria, acumulei um estoque de cadernos e um vizinho decidiu comprar todos de uma vez. Fiz o negócio com uma margem pequena mas em grande volume. Pensei comigo que esse modelo seria mais interessante que o varejo. Uma linha de negócio que adotei foi vender para papelarias pequenas que não tinha capital suficiente para comprar produtos das indústrias em grande quantidade.