O pirarucu, originário da América do Sul, é considerado um dos maiores peixes de água doce do planeta. De olho neste mercado, o produtor de filhotes de pirarucu Júnior Costa está na fase de ampliação dos tanques de criação e reprodução em São Mateus, no Espírito Santo. O prazo para finalização das obras está previsto para os primeiros meses de 2024. Com a estrutura pronta, Costa tem a intenção de ampliar a produção para 200 mil alevinos (filhotes) por ano. Acompanhe Agro Business no Instagram
Pirarucu produzido no ES está na rota das exportações
Ao todo, na propriedade são cerca de 500 peixes adultos reprodutores. Com a ampliação dos tanques de reprodução, Júnior Costa pretende ter mais produtividade e gerar mais renda na propriedade. “Com isso, ajudamos a proteger a espécie da predação na natureza. Quanto mais tanques fazemos, mais filhotes teremos. As próximas etapas são fazer as escavações e colocar os casais de pirarucus para reproduzirem”, explicou. Além do Espírito Santo, são atendidos os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Maranhão, Tocantins, Bahia e Mato Grosso. No entanto, empresas de alguns países já demonstraram interesse na compra dos peixes. Inclusive, pessoas dos Estados Unidos já entraram em contato, mas o processo de exportação ainda está na etapa de avaliação de viabilidade. Tudo começou há 17 anos quando Júnior começou a pesquisar pirarucus na cidade de São Mateus. “No início eu o vi em um aquário e a primeira impressão que ficou foi a beleza dele. Depois eu fui pesquisar na internet e notei que se tratava de um peixe com grande potencial de mercado”. Todo processo de reprodução dos peixes foi identificado pelo piscicultor ao longo dos anos. Ele aprendeu a fazer os tanques escavados, a separar as matrizes e colocar os casais nos tanques para reprodução. Depois de anos de pesquisas, foi realizado um trabalho de melhoramento genético com os peixes que nasceram e reproduziram na região. Assim, as matrizes têm genéticas da região sudeste brasileira, ou seja, são mais aclimatadas ao frio. “Os peixes são nativos da Amazônia e na região a temperatura não costuma ser menor que 24 graus. Em Montanha, no inverno a temperatura pode cair e chegar a 14 graus”, destacou.
Pirarucu pode chegar a ter 200 quilos
Natural da Amazônia, o pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do planeta, podendo ultrapassar três metros de comprimento e pesar em torno de 200 quilos. Por vezes conhecidos como o “bacalhau da Amazônia”, tem enorme potencial para a piscicultura devido ao crescimento acelerado. Hoje, na propriedade do piscicultor Júnior Costa é possível encontrar matrizes com 150 quilos. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os peixes podem alcançar de 7 a 10 quilos em um ano e uma das características de destaque é a seguinte: “O crescimento pode chegar de 7 a 10 quilos em um ano. Além disso, a respiração aérea obrigatória é uma característica que confere menor risco nas fases finais de produção quando as concentrações de oxigênio”, explicou a Embrapa.