A produção de peixes de cultivo no Espírito Santo cresceu 7,25% em 2024 em relação ao ano anterior. O estado produziu 20.410 toneladas, ante 19.030 toneladas em 2023. Já no cenário nacional, a piscicultura brasileira alcançou 968.745 toneladas no ano passado, registrando um crescimento de 9,21% sobre as 887.029 toneladas de 2023. Os dados são da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), que realiza anualmente o levantamento da produção no país.
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Linhares segue como o maior produtor de pescados do ES
Nos últimos anos, a produção capixaba tem oscilado. Em 2020, o estado registrou 18.532 toneladas, subindo para 18.700 toneladas em 2021, mas caindo para 17.900 toneladas em 2022. Em 2024, a tilápia manteve sua posição como a espécie mais produzida, representando 19.910 toneladas do total, enquanto os peixes nativos somaram 500 toneladas.
No recorte municipal, Linhares segue como a maior produtora de pescados do estado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na sequência, aparecem os municípios de Domingos Martins, Guarapari, Marechal Floriano, Santa Leopoldina e Alegre.
Segundo análise da Peixe BR, a cadeia produtiva do Espírito Santo busca se organizar para expandir a atividade e atender à crescente demanda do mercado local e dos estados vizinhos. A entidade destaca que o desenvolvimento da piscicultura no estado depende de fatores como a agilização dos processos de licenciamento ambiental, uma responsabilidade dos governos estadual e municipais.
“O processo de consolidação da piscicultura necessita de premissas básicas para o seu sucesso, algumas governamentais e outras privadas. No caso específico do Espírito Santo, esses passos incluem processos e ações que proporcionem agilidade em termos de licenciamento ambiental. Essa questão está na conta dos governos estadual e municipais”, destacou o anuário.
Além da questão regulatória, a iniciativa privada precisa fortalecer a infraestrutura de processamento, uma vez que a industrialização é fundamental para o crescimento do setor. Lucimary Soromenho Ferri Nascimento, extensionista do Incaper, ressalta que o Espírito Santo possui vantagens competitivas que tornam o estado atrativo para novos investimentos na piscicultura.
O clima favorável, as extensas áreas planas e a disponibilidade de recursos hídricos são fatores essenciais para o sucesso da criação de peixes. “A proximidade com grandes mercados consumidores, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, facilita o escoamento da produção, ampliando as oportunidades de comercialização para os piscicultores locais”, destacou Nascimento.
Produção por estados
O Paraná, maior produtor de peixes de cultivo do Brasil, aumentou 17,35% a sua produção e fechou o ano com 250.315 toneladas. Isso significa que um em cada quatro peixes de cultivo é produzido no Paraná.
Confira o ranking dos maiores produtores do Brasil em 2024:
1. Paraná – 250.315 toneladas
2. São Paulo – 93.200 toneladas
3. Minas Gerais – 72.800 toneladas
4. Santa Catarina – 59.100 toneladas
5. Rondônia – 56.900 toneladas
6. Maranhão – 54.500 toneladas
7. Mato Grosso – 44.520 toneladas
8. Mato Grosso do Sul – 40.500 toneladas
9. Bahia – 36.450 toneladas
10. Pernambuco – 35.700 toneladas
16. Espírito Santo – 20.410 toneladas
Produção da piscicultura no Espírito Santo
- 2020: 18.532 toneladas
- 2021: 18.700 toneladas
- 2022: 17.900 toneladas
- 2023: 19.030 toneladas
- 2024: 20.410 toneladas
Espécies mais produzidas no ES em 2024
- Tilápia: 19.910 toneladas
- Peixes nativos: 500 toneladas
Mapa da piscicultura no estado (Fonte: Bússola Farm)
- Área total de viveiros para piscicultura: 4.839 hectares
- Número total de viveiros: 24.196
- Tanques-rede: 1.043
Maiores municípios produtores do Espírito Santo (Fonte: IBGE)
1. Linhares
2. Domingos Martins
3. Guarapari
4. Marechal Floriano
5. Santa Leopoldina
6. Alegre
7. Santa Teresa
8. Alfredo Chaves
9. Água Doce do Norte
10. São Domingos do Norte
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