Aquele cafezinho da manhã ou depois do almoço está ficando cada vez mais pesado no seu bolso. Isso porque os preços dos grãos ao consumidor vêm em uma escalada de 56% nos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no primeiro mês deste ano, o valor do café torrado e moído cresceu 4,7%. Acompanhe a Agro Business pelo WhatsApp!
Os motivos
Os movimentos percebidos pelos compradores nas prateleiras dos supermercados são consequência dos aumentos dos preços no campo. Devido aos fatores climáticos e logísticos, esse mercado vem sofrendo mudanças significativas. A saca do café arábica, por exemplo, o mais usado na indústria de torrefação, passou de R$ 485 em 2020 para o patamar de R$ 1.500 nas últimas semanas, de acordo com o Centro do Comércio do Café de Minas Gerais (CCCMG). O estado é o maior produtor do país e há dois anos tem registrado queda na produção. Ainda, para o café conilon, no qual o Espírito Santo é destaque nacional e internacional na produção, o preço da saca saiu de cerca de R$ 345 para valores próximos de R$ 800 nas cotações atuais, segundo dados do Centro do Comércio de Café de Vitória. Por outro lado, vale lembrar também que os preços dos fertilizantes vem de uma escalada considerável nos últimos dois anos. Com isso, o encarecimento dos insumos afeta diretamente a produção. Os nitrogenados, por exemplo, tiveram alta de preços que ultrapassou os 60%. Ainda, a ureia alcançou o preço recorde de US$ 900,00, segundo a Cogo Inteligência em Agronegócio.
Preços mais altos não implicam em margem maior para os produtores
Apesar do encarecimento, os cafeicultores do nosso estado e do Brasil como um todo ainda não contam com lucros mais elevados. Isso porque, com o dólar mais valorizado e a inflação para os produtores também em alta, os custos com insumos básicos como adubos e fertilizantes também vem em escalada.
Assim, para os próximos meses, a tendência ainda é de alta no preço. A justificativa é que mesmo se a safra desse ano for melhor, os resultados não serão transmitidos para o restante da cadeia de forma rápida, principalmente pelos desarranjos logísticos que o mundo ainda vive.