Aridelmo Teixeira, Secretário da Fazenda de Vitória, foi um dos convidados nesta quarta (01) para comentar o panorama econômico do Espírito Santo para 2022 e a realidade das finanças públicas da capital no evento APX TALKS realizado na Fucape Business School. Confira abaixo os comentários do secretário no evento ou assista à fala na íntegra.
Secretário fala sobre reforma administrativa no Congresso Nacional
Ao comentar sobre a reforma administrativa apresentada pelo Deputado Federal Relator Arthur Maia, Aridelmo reconhece a importância do projeto, mas entende que há outras formas mais eficientes de obter o mesmo resultado que deveriam ser colocadas em prática primeiro. Para ele, a folha salarial não suportava o número de servidores e por isso foram necessários alguns cortes. Outro ponto crítico foi a ineficiência na forma que os bônus são distribuídos. O problema do serviço público, segundo Aridelmo, “não está nos servidores efetivos, mas na camada que vai comandar esse grupo”. O conflito de interesse faz com que esses servidores não trabalhem com o propósito de prestar o melhor serviço pro cidadão e sim para quem os colocou ali. Como resposta, o Secretário deu o exemplo “nós criamos outra forma de incentivo. Aqueles que tiveram um comportamento que melhorou o desempenho do aluno, ganham bônus, os que não fizeram não recebem”. Aridelmo finalizou sua participação no APX Talk deixando o seguinte alerta: “não valorizamos as instituições, valorizamos quem está sentado lá e com isso, o país e todo nós perdemos”.
O que esperar de Vitória?
Aridelmo Teixeira, atual Secretário da Fazenda de Vitória, traz uma visão interna sobre a perspectiva de mercado para 2022 e faz um comparativo entre o passado e o futuro das finanças da capital. No início do milênio, o governo de Vitória conseguia investir 15% dos recursos próprios. No último ano foi de apenas 0,2% da receita. Pensando nesse panorama insustentável, Aridelmo propôs um enfoque em retomar a capacidade de investimento com recursos próprios. “Assumimos o mandato com o propósito de resgatar o protagonismo da cidade por meio da capacidade de investimento e acreditamos no aumento desses 0,2% para 25% a partir do segundo ano de mandato”, afirmou. No mesmo painel, o Secretário abordou no tema do ajuste fiscal: “As pessoas falam de ajuste fiscal como sendo um fim em si mesmo. Não, o ajuste é necessário, mas não indispensável”. Hoje um dos pontos que limita a produtividade das prefeituras é o déficit do parque tecnológico. Há prefeituras que possuem mais de 85% dos seus computadores de modelo inferior a 2008. Pensando nisso e limitado pela verba, o Secretário da Fazenda de Vitória planeja um investimento no parque tecnológico cujo custo será pago em quatro anos.