Produtores rurais do Espírito Santo estão investindo no plantio de milho para produzir silagem para a alimentação do gado, além de aumentar a produtividade nas propriedades e evitar perdas na produção de leite durante os períodos de seca. Para o produtor de leite, o período de estiagem pode significar aumento de gastos e diminuição na produção. Com o pasto mais seco, a incidência de queimadas e diminuição de nutrientes no solo, uma das opções disponíveis é a compra de silagem. Um dos produtores que têm investido neste mercado é Andrei Fernandes Sobreiro, de Vila Velha.


Plantação rende 2.4 toneladas por ano de silagem de milho

Andrei Fernandes Sobreiro direcionou a sua vida profissional para o negócio no campo durante a pandemia, deixando para trás uma carreira de 18 anos na área de vendas. O plantio de milho começou em 2020, quando a cultura passou a ocupar um lugar de destaque na propriedade. Em 2021, o plantio de milho se intensificou com o objetivo de rotacionar culturas no solo. Além do milho, abóbora e melancia também são cultivadas, mas o milho tornou-se a principal fonte de renda. A inovação não ficou apenas no cultivo, mas também na irrigação. A utilização de sistemas de gotejamento substituiu a irrigação por aspersão tradicionalmente usada. Essa decisão se mostrou positiva, uma vez que a propriedade fica próxima ao mar de Vila Velha, uma região com ventos constantes e temperaturas elevadas. O resultado foi um aumento na produtividade, além de economia de água e energia. Outra vantagem do sistema de gotejamento é a capacidade de localizar a irrigação, o que reduz o crescimento de ervas daninhas entre as fileiras de milho, economizando mão de obra e recursos. O produtor rural André Fernandes Sobreiro explica que houve uma economia de 50% tanto de água quanto de energia ao adotar o novo sistema de irrigação. “Antes, a água era espalhada por toda a área, e agora ela é direcionada de forma mais eficiente. Com a irrigação por gotejamento, temos a vantagem da irrigação localizada, o que reduz o crescimento de ervas daninhas nas fileiras de milho. Além disso, adotamos a fertirrigação, que chamamos de ‘injeção na veia’ das plantas, tornando a absorção de nutrientes muito mais rápida. Apesar da despesa de mão de obra adicional para aplicar essa técnica, quando consideramos a economia de energia e água, isso facilmente cobre os custos. Já faz cerca de um ano desde que fizemos essa mudança, e posso afirmar que não voltaríamos atrás para o antigo sistema” A produção de silagem de milho é direcionada principalmente para proprietários de cavalos, além de casas agropecuárias e lojas de ração. Atualmente, a propriedade de André produz cerca de 2.400 toneladas de silagem anualmente em uma área de aproximadamente 60 hectares. Os planos de expansão incluem alcançar 120 hectares até 2024. O extensionista do Incaper, Paulo Shalders, explica que a silagem é uma forma de conservar alimentos do verão para o inverno, mantendo todas as qualidades energéticas para alimentar os animais. “A silagem de milho é a número um porque além do carboidrato do grão, ela incorpora o volume das folhas com alta digestibilidade. Com isso, torna-se um alimento completo para os animais consumirem.”

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.