Tradicionalmente escolhido pelos adeptos da religião católica durante o período de Páscoa – especialmente na sexta-feira da paixão -, quem optou pelo pescado esse ano não o faz só por querer respeitar as leis do jejum religioso. Isso porque, com a inflação em níveis alarmantes, a carne de peixe se tornou uma alternativa mais econômica para quem não dispensa uma proteína animal da dieta. Para os religiosos da região, temos a Festa da Penha, uma das mais tradicionais manifestações populares do Brasil e que volta a acontecer de forma presencial, após dois anos exclusivamente online
Inflação indo de encontro a tradição
Típico da Semana Santa, os pescados se tornaram uma alternativa de proteína animal, que mesmo mais cara, ainda está mais barata que as demais opções como a carne bovina. No entanto, a oferta de pescado está em baixa, mas os comerciantes acreditam que tenham o suficiente para atender a crescente demanda. Mesmo que haja ainda em vigor o defeso do camarão no ES e no RJ, prática que proíbe a pesca do animal em fase de reprodução.
A época é tradicionalmente de poucos peixes, mas o que tem sido pescado, tem vindo em grande quantidade – colaborando para que os preços sejam mais baixos. Além disso, produtores hoje conta com uma grande facilidade, que é o avanço na criação de tilápia e camarão em cativeiro, o que ajuda a suprir a demanda.
Para os católicos, a Sexta-Feira da Paixão é um dia reservado para abstinência – uma tradição milenar que visa evitar o consumo de carne vermelha e de frango, para o desvencilhamento da matéria. O jejum praticado pelos fiéis, relembra o sofrimento e o derramamento de sangue de Jesus Cristo, que passou pela Via Sacra neste dia – sendo crucificado e morto.
Festividades religiosas continuam na semana seguinte
A partir de domingo (17), começa a 452ª edição da festa religiosa mais tradicional do Espírito Santo, a Festa da Penha, após duas edições que ocorreram de forma exclusivamente online. O evento além de religioso, é cultural. Trata-se de uma das mais antigas manifestações populares do país, com 452 anos de existência. Começando no dia 17, a festividade se estende até o dia 25, dia em que é comemorado o feriado estadual de Nossa Senhora da Penha Para os organizadores do evento, a expectativa é que os fiéis e o público tenham forte presença, isso porque, haverá dois feriados durante o período do evento: dia 21, em que se comemora o Dia de Tiradentes, e outro no dia 25, feriado estadual da padroeira capixaba. A retomada das festividades da Semana Santa também são boa notícia para a economia. No período pré-pandemia, atividades ligadas a esse feriado movimentavam uma média de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões em todo o país.