O mercado de mamão formosa nas regiões do oeste da Bahia e norte de Minas Gerais apresentou aumento nos preços nesta semana. A razão para essa valorização está diretamente ligada à redução no volume de produção no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia. O mamão formosa, que havia sido comercializado a preços mais baixos nas semanas anteriores, viu seu valor subir. Assim, o formosa foi vendido a 1,69/kg no oeste baiano, aumento de 15% em relação à semana passada; e por R$ 1,50/kg no norte mineiro, aumento de 27% na mesma comparação. A valorização também ocorreu por conta da melhora da qualidade, que estava comprometida no início do mês. Para as próximas semanas, é esperado que os preços continuem subindo por conta do volume controlado de formosa nas regiões produtoras.

Preços subiram no oeste da Bahia e norte de Minas 

Esse movimento de aumento nos preços do mamão foi visto em julho também. As cotações subiram e a comercialização oscilou entre as Ceasas, após meses de suave queda de preços. Isso porque ocorreu retração da oferta nas principais regiões produtoras por causa do frio e de poucas chuvas, com a colheita de boa parte das frutas sem a maturação ideal para o formosa e o papaia. Os produtores dessas regiões enfrentaram desafios climáticos que afetaram tanto a quantidade quanto a qualidade da fruta, resultando em uma diminuição da oferta. Além disso, a falta de chuvas em algumas áreas afetou a qualidade do mamão, sendo que em alguns locais ocorreu o surgimento de manchas com a presença de ácaros. Na Bahia, a situação levou à antecipação parcial da colheita, visando evitar que o problema com os ácaros se agravasse. Já no norte do Espírito Santo, produtores enfrentaram perdas em suas plantações, exigindo investimentos adicionais para o controle fitossanitário. Um exemplo disso é o produtor Werlei Lorencine, de Sooretama, que teve cerca de 30% de sua plantação de 10 mil pés de mamão danificada. O Espírito Santo é um dos principais polos produtores e exportadores de mamão do país, com municípios como Pinheiros, Pedro Canário e Linhares se destacando na produção. Segundo estimativas do IBGE, somente em 2022, o estado produziu 426 mil toneladas da fruta. O presidente da Brapex, José Roberto Macedo, destacou que essas flutuações de preços são comuns no mercado do mamão e muitas vezes não podem ser atribuídas apenas à expansão ou redução das áreas de plantio. Ele enfatizou a influência dos fatores climáticos e das estratégias de distribuição das empresas exportadoras na dinâmica de preços. “Não houve uma mudança drástica na redução ou aumento de área para justificar a mudança nos preços. Normalmente, são fatores climáticos e estratégias de distribuição das empresas que comercializam”, explicou Macedo Fontes. Ele também apontou que a tendência para o próximo ano é um aumento no volume de produção, o que naturalmente pode levar a uma queda nos preços. No entanto, o presidente da Brapex ressaltou a importância da qualidade do produto para a exportação, observando que, se o mercado se ajustar com produtos de qualidade para exportação, o aumento das exportações pode contrabalançar a queda nos preços no mercado interno.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.