Setor de rochas exportou 12% a mais em 2024, mesmo com problemas logísticos

O mercado de rochas do Espírito Santo atingiu um novo marco em 2024: mesmo em um ano marcado por desafios logísticos, as exportações de pedras naturais somaram um faturamento de US$ 1,038 bilhão – mais de R$ 6 bilhões na cotação atual –, um um aumento de 12,7% em relação a 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas). Em dezembro, o setor exportou US$ 125,3 milhões, 64,1% a mais do que o mesmo mês do ano anterior, registrando o maior resultado para dezembro de toda história.

Espírito Santo se consolida como maior exportador de rochas ornamentais do Brasil

Do total de US$ 1,263 bilhão exportado pelo mercado de rochas naturais brasileiro, U$ 1,038 bilhão – ou seja, cerca de 80% – saem do Espírito Santo. O principal destino das rochas capixabas são os Estados Unidos. Em 2024, o país norte-americano respondeu por US$ 711,1 milhões do valor faturado de janeiro a dezembro de 2024, registrando alta de 16,86% em relação ao ano anterior. China (US$ 218,5 milhões) e Itália (US$ 82,8 milhões) completam o ranking dos três maiores clientes globais.

Segundo o presidente do Centrorochas, Tales Machado, o desempenho histórico da indústria de rochas consolida a posição do mercado capixaba entre os maiores players mundiais.

“O Espírito Santo encerrou 2024 com faturamento 12,7% superior ao de 2023, além de um avanço de 11,9% em peso. Esse desempenho, que soma US$ 1,038 bilhão, é cerca de 5% maior que todo o volume exportado pelo Brasil em 2020. Os números mostram a força internacional das rochas capixabas, fruto da qualidade e diversidade de nossos materiais. Acredito que, com uma presença cada vez mais sólida nos eventos globais, continuaremos ampliando nossa competitividade e firmando o Espírito Santo como referência mundial”, aponta.

De acordo com Machado, o resultado acumulado em 2024, apesar de não superar o recorde de 2021, quando as exportações atingiram US$ 1,340 bilhão, indica recuperação na sequência de quedas registradas em 2022 (-3,4%) e 2023 (-13,3%).

“Em 2024, mesmo diante de uma crise logística global, continuamos avançando em ações de retomada, investindo em melhorias de infraestrutura e fortalecendo a imagem das rochas brasileiras no exterior. Seguiremos apostando na inovação e na sustentabilidade para manter esse ritmo de expansão”, destaca Machado.

Projeções para 2025 são positivas, segundo Centrorochas

A presença internacional das rochas capixabas se fortaleceu em 2024 por meio de participações em feiras renomadas, como KBIS e Coverings (EUA), Xiamen Stone Fair (China), Marmomac (Itália), Vitoria e Cachoeiro Stone Fair (Brasil). Além disso, o segmento promoveu palestras e missões em mercados-chave nos Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Itália, Austrália, Índia e Polônia, incentivando o uso das pedras naturais brasileiras em projetos em todo o mundo

“Com esse panorama positivo, o setor inicia 2025 determinado a fortalecer sua presença nos mercados em que já está consolidado, sem deixar de buscar novas oportunidades de expansão. Seguiremos buscando e apoiando a criação de soluções logísticas mais eficazes e reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade de forma a manter o Brasil na vanguarda mundial das rochas naturais”, destaca Machado.

Uma das novidades para o ano de 2025 é a realização da antiga Vitoria Stone Fair – agora chamada de Marmomac Brazil – em São Paulo, entre os dias 18 a 20 de fevereiro. O novo nome é ligado ao principal encontro global dedicado às pedras naturais, realizado anualmente na Itália. Segundo a organização, a ida do evento de Vitória para São Paulo, visa dar mais visibilidade, dentro do Brasil e no exterior, ao negócio de rochas ornamentais.

Ricardo Frizera Colunista
Colunista
Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 9 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa.