O agronegócio capixaba está passando por uma revolução silenciosa, mas transformadora: a mecanização. Com o avanço de tecnologias modernas e a ampliação do uso de máquinas em todas as etapas da produção, o setor tem registrado ganhos expressivos em produtividade, eficiência e competitividade no Espírito Santo.

Maquinários e sistemas de GPS e sensores de precisão tem sido cada vez mais comum

Nas lavouras de café, que representam uma das principais atividades agrícolas do estado, a presença de colheitadeiras, plantadeiras e tratores equipados com sistemas de GPS e sensores de precisão tem sido cada vez mais comum. Esses equipamentos permitem a realização de atividades com maior exatidão, reduzindo o desperdício de insumos e maximizando os resultados. No Espírito Santo, a cultura do café conilon tem sido uma das mais beneficiadas por essas inovações, aumentando a qualidade e a produtividade do produto. Segundo dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a mecanização tem sido um dos fatores determinantes para que o Espírito Santo se mantenha como um dos principais produtores de café no Brasil. Em 2023, o estado registrou um aumento significativo na produção de café, impulsionado pelo uso de tecnologia no campo. Além disso, o impacto social também é evidente. Com o trabalho manual reduzido, as condições de trabalho nas fazendas melhoraram significativamente. Por outro lado, a mecanização também traz o desafio de qualificar a mão de obra para as novas funções exigidas pela tecnologia. Márcio Fregonasi, gerente de unidade da PME Máquinas, empresa especializada na comercialização de tratores e máquinas agrícolas no Estado, acredita que a mecanização é, sem dúvida, um divisor de águas para o agronegócio capixaba. Contudo, sua implementação plena requer não apenas inovação tecnológica, mas também um olhar atento para os pequenos produtores e uma agenda de desenvolvimento que considere a inclusão e a sustentabilidade. “Antigamente, não era igual hoje que tem dois ou no máximo três filhos. Eram dez, nove, e as terras eram subdivididas. E com isso, obviamente, existia cada vez mais a necessidade de mais equipamentos.”, explicou Márcio. A PME acompanha a evolução ascendente da frota de máquinas no Espírito Santo. Nos últimos anos, Márcio disse que a venda de tratores dobrou. Hoje, são comercializados mais de mil por ano no Estado. É tempo sendo otimizado. “Por exemplo, uma máquina recolhedora de lona consegue fazer o que mais ou menos 50 homens fazem, um drone consegue fazer 3 hectares em 10 minutos. Então o avanço acabou trazendo esse benefício para a gente”, ressaltou Márcio, que acrescenta: “Hoje, quem não acompanha essa onda tecnológica está fora do mercado, está fora do negócio, fora do agronegócio, não tem como mais subsistir sem tecnologia”.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.