Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) concluiu que os casos de “vaca louca” no Mato Grosso e em Minas Gerais são atípicos. Na prática, foi informado que esses fenômenos não apresentam risco sanitário grave à pecuária do país.
Como a OIE chegou a essa conclusão?
Os exames foram realizados em um laboratório da instituição no Canadá. A confirmação de que os casos eram atípicos veio do fato de que os casos da doença foram verificados em animais de idade avançada, ou seja, com o sistema imunológico comprometido, e que viviam isoladamente do rebanho como um todo. Dessa forma, constatou-se em nota que o Brasil mantém inalterada sua classificação como país com risco insignificante para a doença, não justificando quaisquer impactos na comercialização de animais, produtos e subprodutos, como carne, leite e derivados. “Os materiais de risco foram devidamente removidos e destruídos. A carne e outros produtos desses animais não entrarão na cadeia alimentar e não representam risco para as populações de ruminantes”, afirmou a OIE.
Qual o impacto dessa conclusão?
Em suma, por meio das contraprovas realizadas, a incerteza em relação aos produtos brasileiros pôde ser amenizada. Isso porque países que contam com surtos de doenças animais, por exemplo, perdem a credibilidade no comércio internacional. Com os riscos dos casos anunciados na última semana, as exportações de carne para a China, por exemplo, haviam sido suspensas. Nesse sentido, vale lembrar que o país asiático é o principal destino da carne brasileira, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em julho, foram exportadas 91.144 toneladas do produto, crescimento de 11,2% em relação ao mesmo mês de 2020, com alta de 19,1% nas receitas, somando US$ 525,5 milhões. No acumulado de janeiro a julho de 2021, os embarques para a China já somam 490 mil toneladas e receitas de US$ 2,493 bilhões, crescimento de 8,6% e 13,8%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2020. Com o descarte do risco, a comercialização plena com a China e com outros mercados deve ser reestabelecida.