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VLI capta R$ 1 bilhão em debêntures e se prepara para novos investimentos na Ferrovia Centro-Atlântica

VLI capta R$ 1 bilhão em debêntures e se prepara para novos investimentos na Ferrovia Centro-Atlântica

A VLI – companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais – concluiu o processo de captação de R$ 1 bilhão em debêntures e, agora, se prepara para investir na malha da Ferrovia Centro-Atlântica, que conecta os portos do Espírito Santo ao Triângulo Mineiro, além de outros cinco estados e o Distrito Federal.

Os recursos, previstos no processo de renovação antecipada da concessão que está em curso no Ministério dos Transportes, serão utilizados para modernização da via permanente, construção e modernização de pátios e melhorias no material rodante que circula na FCA. Entenda.

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Ferrovia liga o Espírito Santo ao interior do país

A Ferrovia Centro-Atlântica passa por sete estados brasileiros e pelo Distrito Federal. É o principal eixo de integração entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do país. Um dos ramais mais importantes da FCA faz a ligação entre Goiás e Belo Horizonte (MG), onde a malha se conecta com a da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), até o Espírito Santo.

A captação bilionária faz parte do plano de renovação antecipada da concessão da FCA. Se aprovada, a ideia, segundo Fábio Marchiori, CEO da VLI, é que os investimentos sejam direcionados para a construção de sete pátios ferroviários, localizados nos Corredores Sudeste – ligação entre o DF e os portos da Baixada Santista – e Leste, que conecta o Triângulo Mineiro aos portos do Espírito Santo.

“Essa captação de debêntures nos prepara para fazer novos investimentos na FCA assim que ocorrer a renovação da concessão, esperada para 2026. Novas captações só devem ocorrer após a concretização do processo, que já passou por audiência públicas”, explica Marchiori. 

Do total, cerca de R$ 600 milhões devem ser aplicados na manutenção de trilhos e dormentes em todos os corredores logísticos da FCA. O projeto também contempla a manutenção de material rodante, com a substituição planejada de mais de 6 mil unidades de rodeiros de vagões, a um custo estimado de R$ 100 milhões.

De acordo com o CEO, além da modernização da malha da FCA, a proposta ainda inclui a aquisição de vagões e locomotivas e o aumento de carga transportada para segmentos de grande peso no PIB brasileiro, como mineração, agronegócio e indústria.

“Nossa estratégia é seguir conectando as estruturas da FCA aos outros negócios da VLI, atendendo de forma abrangente diversas geografias e segmentos produtivos, apoiando o crescimento de negócios nos setores primário e secundário da economia e fomentando a expansão da Balança Comercial”, completa Marchiori. 

A operação de emissões de debêntures foi coordenada pelo BTG Pactual, o BNDES e o ABC Brasil. Ao todo, o projeto de investimento habilitado pela portaria do Ministério dos Transportes é estimado em R$ 3,9 bilhões. 

Entenda.

A concessão da Ferrovia Centro-Atlântica foi efetivada em 1996 e terminaria em 2026, cumprindo o prazo contratual de 30 anos. Em 2015, a VLI protocolou manifestação de interesse na prorrogação antecipada do contrato junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Em outubro do ano passado, a ANTT iniciou as audiências públicas sobre a renovação antecipada da FCA.

A malha ferroviária da FCA tem 7,2 mil quilômetros de extensão e cruza os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.

Setores como mineração, agronegócio e indústria utilizam a ferrovia para escoar suas produções. Os principais produtos transportados são soja, milho, farelo de soja, açúcar, derivados de petróleo, fertilizantes e produtos siderúrgicos.

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