No Espírito Santo, o desmatamento da Mata Atlântica cresceu 400% entre 2019 e 2020, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com o SOS Mata Atlântica. Hoje, cerca de 10% da vegetação natural da floresta ainda existe no estado. Nesse contexto, o agronegócio encontrou formas de produzir e preservar o meio ambiente simultaneamente, com o objetivo de gerar renda e revitalizar a cobertura original de espécies nativas. Uma delas foi os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Receba o conteúdo no WhatsApp | Instagram | Twitter

Como funcionam as agroflorestas?

Os SAFs constroem campos produtivos que combinam o plantio de várias espécies em um mesmo espaço, sendo mescladas espécies naturais e originárias de um local com cultivos agrícolas e criações de animais, por exemplo. Assim, a monocultura abre espaço para a policultura e biodiversidade, levando as plantações para dentro das florestas. Em suma, esse sistema produtivo concilia a produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas, promovendo benefícios econômicos e ecológicos. Por outro lado, esses modelos contribuem na ampliação da fertilidade do solo, uma vez que a interação entre vários exemplares pode gerar matéria orgânica rica em diversos nutrientes, deixando o solo mais fértil e poroso, protegendo também as nascentes e restaurando o ciclo hidrológico.

No ES, agroflorestas são meio de reparar os danos à vegetação natural

No Espírito Santo, os SAFs estão incluídos em uma das seis modalidades do Programa Reflorestar, que tem como objetivo de “promover a restauração do ciclo hidrológico por meio da conservação e recuperação da cobertura florestal, com geração de oportunidades e renda para o produtor rural, estimulando a adoção de práticas de uso sustentável dos solos”, segundo o governo do estado. A política consiste no apoio financeiro, na forma de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), ajudando na compra de insumos como mudas, material para cercamento e adubo necessários no plantio de novas áreas com florestas. No fim das contas, esses sistemas podem ser uma forma de combinar biodiversidade, sustentabilidade e produtividade, sendo uma das formas do agronegócio de produzir e gerar emprego e renda, preservando o meio ambiente.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio Colunista
Colunista
Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.