No dia 11 de fevereiro, exatamente às 14 horas, Lost Ark chegou ao Brasil, com a Amazon Games e a Smilegate inaugurando o servidor sul-americano, disponibilizando o jogo para jogadores de todo continente.
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Com todo o sucesso do jogo, batendo recordes de usuários simultâneos no Steam, resolvi embarcar nessa história, para entender o porquê do sucesso do game. Muitos outros jogos online foram lançados nos últimos anos, mas nenhum conseguiu bater os recordes que Lost Ark e engajar milhares de jogadores de forma tão rápida.
Joguei muitos MMOs durante minha vida, começando em UItima Online na década de 90, Ragnarok durante a febre no Brasil nos anos 2000 e World of Warcraft, muito antes de ter um servidor em português. Porém, fazia tempo que eu não me dedicava a um MMO e digo, com segurança, que Lost Ark está conseguindo isso com relativa facilidade.
Ser um ACTION RPG faz toda a diferença
A jogabilidade de Lost Ark é muito interessante, unindo o conceito de RPG tradicional com a ação de Diablo e outros jogos do gênero. Não temos nenhuma novidade nesta parte, porém o jogo entrega combates frenéticos e com um ritmo que é difícil ver em outros MMOs.
Levei pouco tempo até me acostumar e gostei muito da escolha feita pelo time de Lost Ark, se diferindo de outros MMOs em que temos apenas que clicar para atacar. Ter uma tecla de rolamento também é um grande diferencial, permitindo sair da área de ataque dos inimigos e dando um toque de ação a mais ao game.
O jogo é grande. Muito grande. Tem muita coisa para se fazer. Quando pensamos que um determinado arco estaria tendo seu desfecho, mais e mais quests apareciam para continuar a história.
Falando em quests, elas são vão desde as já tradicionais conhecidas por jogadores de MMORPG até algumas bem interessantes com histórias que valem a pena serem acompanhadas.
Você terá que achar flores, frutas, matar monstros, resgatar inocentes até mesmo encarar seres poderosíssimos que pretendem destruir todo um continente.
Um cavaleiro medieval pilotando um robô gigante?
Por ser muito longo e ter MUITO conteúdo, o jogo se perde um pouco em sua própria estrutura narrativa. Até o nível 50 pode ser considerado o início do jogo, o que pode levar facilmente de 40 a 50 horas para ser concluído.
Depois disso, o jogador ganha um barco para velejar pelo mundo e é aí que o jogo parece se perder um pouco no enredo. Em um continente você fica do tamanho de uma fada e enfrenta… formigas. Sim. Formigas e abelhas. Após ter enfrentado hordas demoníacas, monstros que saíram das profundezas, seu personagem poderosíssimo pode ter certa dificuldade contra formigas.
Tudo bem… continuamos e… uma cidade completamente futurista, lembrando MUITO (e com toda certeza inspirada) Midgard de Final Fantasy VII. Até as músicas lembram o jogo da Square Enix, assim como seus inimigos. O jogo deixa uma estranheza ainda maior neste arco, pois eu estava com um cavaleiro Berserker, com armadura completa em meio a inimigos cheio de Neon pelo corpo, armas laser, muitos computadores e robôs.
A hora que meu personagem hackeou computadores e pilotou um robô gigante (sendo um personagem que saiu de um continente totalmente de fantasia medieval) eu quase larguei o teclado e o mouse. Faltou pouco para eu não desinstalar o jogo.
Porém, respirei fundo e dei mais uma chance e… VALEU MUITO A PENA. Algumas batalhas deste mesmo arco são épicas, com ótimas músicas e detalhes que colocam o jogo em uma posição lá em cima. Fora pequenos mini-games no próprio mapa, como passar com o hoverboard por um local cheio de obstáculos.
Após esse arco, com um nível maior e mais possibilidades, explorei o mundo com o barco e aí o jogo se mostra ainda melhor. Com um mundo vasto a ser explorado, lotado de pequenas ilhas e eventos acontecendo em vários lugares do mundo em simultâneo, o jogo oferece muita diversão em forma de quests, monstros poderosos a serem abatidos e lutas contra outros jogadores.
Muitas, mas muitas ilhas
A exploração do mundo com o barco é um dos pontos mais interessantes do jogo. Com dezenas de pequenas ilhas, todas com um tema diferente, o jogo traz um ponto de exploração que não tem em muitos jogos. Como é um jogo online podemos esperar mais e mais ilhas aparecendo com o tempo.
As ilhas do jogo também são parte responsável pela história, com o jogador tendo que passar por várias delas completando quests para entender melhor o background do mundo do game.
Mas (sempre tem um mas) a maior parte das ilhas está ali apenas para o jogo ter mais conteúdo. E isso NÃO É uma coisa ruim, pois muitas ilhas são divertidíssimas de se jogar, com histórias que valem a pena. Uma das que eu mais ri foi a que o inimigo é uma galinha gigante… sim e é difícil de matar ela.
Mas… nem tudo são flores e diversão
O que frustra no jogo são as limitações impostas por grande parte dele. São muitos itens diferentes, inúmeros cristais, gemas, livros, cartas e outros itens necessários para conseguir melhorar o seu personagem e você não faz ideia de onde conseguir e quando sabe a forma de se conseguir é chata e demorada.
Veja bem: não é obrigatório você fazer essas tarefas (mentira, em alguns momentos é sim), porém isso irá aumentar o poder do seu personagem e dos equipamentos que ele utiliza. E aumentar o poder de combate do seu personagem é o ponto-chave do jogo, o que vai te deixar acessar novas áreas e enfrentar novos inimigos.
Porém, por vezes pode ser frustrante entender como fazer isso acontecer, já que o jogo não explica muito e também pelo fato do jogo não ter localização em português, estando disponível em espanhol e inglês.
E afinal, devo jogar?
A resposta é: SIM. O jogo é fantástico, com horas e horas de diversão mesmo para o jogador mais casual. Você pode escolher entre jogar completamente sozinho, como um jogo offline single-player, fazendo apenas as missões do game, ou integrar um grande mundo online, com milhares de jogadores em cada servidor.
Comecei o jogo pretendendo jogar apenas pela história, fazer as quests, porém no final já estou procurando eventos online para poder realizar com centenas de outros jogadores.
A jogabilidade no estilo Diablo de ser é fluída e o jogo tem ótimos gráficos com alguns momentos realmente cinematográficos (quem já chegou ao Phantom Palace sabe do que estou falando).
Espere encontrar MUITAS referências, personagens e locais inspirados em outros jogos. Athertine é a cara de Midgard City de Final Fantasy VII. E no final não estranhe se um pistoleiro passar por você montado em um dinossauro ou em uma tartaruga: jogo mmorpg é assim mesmo.
Lost Ark está disponível para PC via Steam e é gratuito. E para quem tem Prime Gaming, o jogo estará sempre ganhando pequenas recompensas para os assinantes. Então, vale a pena ser jogado, pois conteúdo é o que não falta para o jogo, que receberá inclusive um novo grande update ainda em março.