Um grupo de desenvolvedores de 19 estúdios, principalmente baseados na Europa e especializados em jogos para dispositivos móveis, publicou uma carta aberta pedindo à Unity que recuse a introdução de um novo modelo de preços, a Unity Runtime Fee. E eles não se limitaram apenas a palavras.
“Como medida imediata, nossa equipe de empresas de desenvolvimento de jogos está sendo forçada a desativar toda a monetização por meio de IronSource e Unity Ads em nossos projetos até que essas mudanças sejam revisadas”, diz a carta.
Entre os autores da carta estão os estúdios Voodoo.io, Azur Games e SayGames, cada um dos quais possui mais de cem jogos em seu portfólio. Em outras palavras, a carta foi escrita por empresas que lançaram milhares de jogos com bilhões de downloads, e elas fecharam a capacidade da Unity de ganhar dinheiro com seus projetos.
A causa do conflito foi um novo esquema de preços, que prevê pagamentos de licenciamento pelo uso do motor Unity para cada instalação do jogo – esse esquema entra em vigor quando determinados limites são alcançados para o número total de instalações e receitas. Segundo a Unity, a inovação afetará apenas 10% de seus clientes, mas a empresa não especificou como planeja rastrear as instalações e distinguir entre instalações “válidas” e “inválidas”.
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Os desenvolvedores estavam preocupados não apenas com o lado financeiro da questão, mas também com a violação dos princípios de transparência da Unity em relação aos próprios termos de serviço. Em 2019, o desenvolvedor do motor revogou a licença do estúdio Improbable, citando violações dos termos de serviço. Após pressão pública, a Unity posteriormente restabeleceu a licença do Improbable e se comprometeu a informar proativamente os clientes sobre as mudanças futuras no documento.
Em 2019, a empresa escreveu em seu blog: “Quando você obtém uma versão da Unity e não atualiza seu projeto, acreditamos que você pode ficar com aquela versão dos termos de serviço”.
A Unity incorporou a norma correspondente nos termos de serviço, cuja versão mais recente foi lançada em março de 2022 (perdendo a validade em outubro de 2022): se a nova versão do documento piorar a situação do licenciado, ele tem o direito de usar a versão do software do ano corrente conforme as condições que estavam em vigor antes da aceitação da versão atualizada. Em 2019, a empresa anunciou que para garantir total transparência, a história de seus termos de serviço seria rastreada no GitHub.
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Até o momento, o repositório no GitHub foi excluído e, em abril de 2023, a cláusula que permitia o uso de versões desatualizadas do documento foi removida dos termos de serviço. Se isso não tivesse acontecido, os desenvolvedores agora teriam o direito de usar a versão anterior do motor Unity e pagar as taxas de licença conforme o antigo esquema. Mas, com os termos de serviço atualizados, eles efetivamente concordaram com a taxa Unity Runtime Fee ao usar o software antes mesmo de ser anunciado.
A Unity já respondeu à nova iniciativa dos desenvolvedores, segundo informações obtidas pelo The Verge. Para aplicativos cujos desenvolvedores desativaram os mecanismos de monetização, a Unity respondeu desativando o programa de aquisição de usuários.