Esse último fim-de-semana, minha esposa me chamou para sairmos. Disse que não podia, precisava viajar no tempo. Mais especificamente, para 1997. Em 31 de dezembro de 1996 foi lançado um jogo diferente de tudo o que havia sido visto. Diablo chegava às prateleiras dos jogos de PC para transformar o mundo dos games como poucos jogos conseguiram.
Mesmo com todas as reclamações, passei todo o fim-de-semana em Santuário, jogando o Beta de Diablo IV com a Bárbara Vallena. O jogo abriu o pré-beta para quem comprou o jogo antecipadamente, para a imprensa e para quem conseguiu um código no KFC (nos EUA rsrsrs).
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E a nostalgia bateu, bateu com força. Desde as telas de carregamento que lembram os antigos jogos, mostrando uma versão estática em CG da cidade ou do cenário que você irá entrar, até mesmo a música e principalmente (com muita ênfase nisso) ao clima denso e pesado do game.
O jogo é uma viagem ao que Diablo significa para os jogadores. Todo o terror, tensão, busca e exploração estão presentes em Diablo IV.
Ao contrário de outros jogos da moda, que tentam ser uma mistura de tudo e acaba perdendo parte de sua identidade, Diablo IV tenta justamente resgatar o tom pesado e melancólico do primeiro e segundo jogos. A Blizzard era reconhecida pela lore de seus jogos e pelas lindíssimas CGs. E Diablo IV traz isso com todo o peso de sua história com uma introdução fantástica e que coloca logo na primeira frase a assolação do mundo em que se passa o jogo: “Santuário não foi feito para humanos”.
O jogo então te coloca para criar seu personagem, com 3 das 5 classes abertas. Resolvi fazer uma Bárbara para tentar algo diferente. Geralmente gosto de personagens de ataque a distância, mas queria um sabor diferente em Diablo 4. Não há muitos detalhes para o personagem, mas as combinações ficam interessantes.
O jogo então já te coloca no meio de uma tempestade de neve, a noite, com muitas criaturas rondando o jogador. A trilha sonora e o áudio coloca o jogador exatamente no clima: pesado, denso e cheio de terror e mistérios. E então você luta passo-a-passo para chegar na primeira vila do jogo, aonde começarão a se desenrolar a história da caça à Lilith, a mãe de Santuário (pelo menos é assim que ela se proclama).
Falando em Lilith, a “vilã” é linda com sua aparência demoníaca, além de ter ótimos momentos mostrados no beta. Você fica ansioso para conhecer mais da personagem, até muito mais do que do arrogante Inarius, o anjo selado em Santuário (e muito mais antipático que Tyrael).
Ah, só para lembrar: Santuário é nome do mundo em que se passa o jogo. Dito isso, joguei demais o game. No primeiro dia tive os problemas que todos tiveram: longas filas para conectar, lag em áreas com jogadores, etc. Mas a Blizzard cumpriu suas promessas e no sábado o jogo estava rodando normalmente, sem nenhum problema.
A partir daí me perdi no mapa de tanto explorar. Tenho a mania de querer explorar toda uma área antes de avançar, então fiquei horas e horas vaculhando tudo quanto é canto apenas para conhecer melhor aquele mundo, sem avançar na história. Quando percebi querer ver mais da história, acabei abandonando as side-quests para me concentrar na história do Ato 1 e poder chegar ao seu final antes do fim do Open Beta.
E que história meus amigos. Não farei spoiler da história, pois todo bom jogador de Diablo gosta também de revelar a história com seus próprios punhos. Mas posso dizer que a história não é preto-no-branco como nos outros jogos e que estou esperando já ansioso pelo jogo completo para ver como se desenrolará o conflito eterno entre os anjos e demônios.
Um detalhe surpreendente no jogo é a jogabilidade. Um misto de Diablo 3 com os primeiros dois jogos, o game é mais cadenciado do que o 3, mas com muita ação. Com a bárbara, testei diversas builds de skills para decidir qual seria a melhor. No final, acabei deixando de lado o whilwind e o pulo para me concentrar em investida e ataques de sangramento.
E para minha surpresa, funcionou e deixou o jogo mais divertido. Fiz 5 tentativas para matar o chefe final do Ato 1 e consegui nesta quinta com esta build. O rolamento, existente em Diablo 3 dos consoles, chega ao PC como um Dash. Este movimento, a muito pedido pela comunidade, vem para ajudar o jogador a se reposicionar durante um combate difícil e poder evadir de ataques inimigos.
O combate me surpreendeu muito. Essa interação entre as habilidades dos personagens faz toda diferença. Quando citei que o jogo é mais cadenciado é porque os inimigos aqui fazem muita diferença individualmente. Em Diablo 3 é comum o jogador se jogar no meio de dezenas de inimigos e mandar todos voando em diferentes direções (em pedaços) com poucos acionamentos de habilidades (quem joga de monge sabe o que eu estou falando).
Já em Diablo 4 os inimigos podem rapidamente te causar um dano inesperado, te atordoar, imobilizar, etc. E, ao mesmo tempo, o SEU dano tem muito mais impacto, com o jogador o tempo todo tendo que pensar em seu posicionamento, em qual habilidade irá retornar para uso, e qual inimigo deve ser atacado primeiro.
Os gráficos do jogo não ficam para trás de nenhum jogo atual, com iluminação e muitos, mas muitos detalhes na tela. Na neve ficam seus passos e sua trilha, no campo a grama se mexe conforme o vendo e em cavernas temos detalhes de poças de água e reflexos que impressionam.
As dungeons me chamaram muito a atenção, pois fiquei imaginando como seria o primeiro Diablo com estes gráficos. Inclusive (um pequeno spoiler), Tristram reaparece em dado momento do Ato 1, e ao ver aquela fonte fiquei ali procurando mais detalhes.
Atenção: a galeria abaixo pode conter pequenos spoilers
O jogo é leve e rodou bem até em um PC mais modesto (equipado com um I5 4460, 16 gigas de memória DDR3 e uma placa de vídeo Radeon RX 6600 XT). Teremos em breve um computador mais robusto e jogaremos a versão completa nele, refazendo o review com a parte técnica do jogo. Mas já posso adiantar: o jogo é LINDO. Uma certa área, então, é assustadora (e nojenta) e só jogando para você ter noção.
Enfim, Diablo IV é tudo o que os fãs esperam há muito tempo. Diablo 3 é um bom jogo, mas teve suas controvérsias na época e não marcou tanto quanto o primeiro e o segundo. Porém, o 4º jogo da série já me deixou extremamente intrigado e ansioso para continuar sua história, a exploração do gigantesco mapa, completar as side-quests. Que venha a versão completa em 6 de junho.