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Review - God of War: Ragnarök é o melhor jogo para PlayStation 4 e 5

Nota 5/5 - O melhor jogo para PlayStation 4 e PlayStation 5.

Rômulo Justen

Redação Folha Vitória
Foto: Playstation//games

É difícil começar este review. Difícil, pois o God of War de 2018 é um dos maiores jogos da história e um dos meus favoritos. Na época do seu lançamento eu ainda não tinha um PlayStation 4. Jogava na casa de amigos os exclusivos e o restante no PC. Mas quando o jogo foi anunciado, tratei de comprar um. Com o intuito de jogar novamente God of War, voltar ao papel de Kratos e sua melancólica (porém agitada) saga.

God of War Ragnarök pode ser definido como uma continuação que deu certo. Pegou tudo que o primeiro jogo tinha de bom de melhorou. Gráficos melhores, história sólida, momentos tensos, combates frenéticos e perigosos. Pegue tudo isso e junte a jornada de Atreus para se encontrar e temos o melhor jogo de PlayStation 4 e possivelmente o melhor jogo de PlayStation 5 até o próximo God of War.

Como leitor, cinéfilo e gamer, posso também adicionar que o roteiro do jogo, as interpretações e a música são excepcionais. Esse conjunto faz o jogo ser ainda mais imersivo, se aprofundando na mitologia nórdica durante a jornada de um pai e filho em busca de resposta.

O COMEÇO

Fazendo uma análise e tentando o máximo não dar spoilers, o jogo se passa alguns anos após o fim do God of War de 2018. O jogo oferece um resumo para que você possa lembrar detalhes do que se passou no jogo original e assim poder continuar com a história 'fresca' na memória. O Fimbulwinter -o período que atencede o Ragnarok- está acontecendo, congelando toda a paisagem e tornando a vida de todos muito difíceis. Atreus está atrás de mais pistas sobre sua identidade, sobre quem é Loki e mostrando a Kratos que é capaz de conseguir estas respostas, mesmo com Kratos duvidando disso e temendo pela vida do filho, devido aos acontecimentos que levaram a morte de Baldur no jogo anterior.

Foto: Playstation//games

Apesar do jogo já começar com bastante ação, o começo pode ser um pouco arrastado para alguns jogadores. A vocês peço paciência: God of War Ragnarök não é apenas um jogo de ação que tem uma história de fundo como os jogos do PlayStation 2. A história, a jornada entre pai-e-filho é o verdadeiro protagonista do jogo. E Kratos, assim como o jogador que jogou o primeiro jogo em 2005, está mais velho e paciente, apesar de alguns ataques de fúria trazerem o velho Deus da Guerra de volta ao jogo por alguns momentos.

Os reinos em que se passam God of War Ragnarök fazem o jogo ser uma experiência única, trazendo muita variedade no gameplay com muita exploração, apesar de não ser um jogo de mundo aberto. Novamente: o principal é a história.

O jogo traz gráficos lindíssimos ao PlayStation 4 e ao PlayStation 5. Sem dúvidas, é o jogo mais bonito possível no PS4, alcançando o pico do que o console pode oferecer. O PS5 ainda tem muita lenha para queimar, mas possivelmente God of War Ragnarök se manterá como o jogo mais bonito do console por anos até algum próximo lançamento (quem sabe a sequência?).

Foto: Playstation//games

A dublagem do jogo está fantástica. A dupla Ricardo Juarez (Kratos) e Lipe Volpato (Atreus) voltam ainda melhor do que no primeiro jogo, conseguindo encarnar melhor os personagens. Eu tinha uma certa birra com a dublagem de Kratos no primeiro jogo, a achando um pouco forçada. Neste novo game essa sensação não existe, ficando mais natural a voz de trovão de Kratos.

O jogo tem uma progressão balanceada e que recompensa o jogador, com grandes momentos que não sairão tão cedo de nossas memórias. Diversas vezes fiquei de pé, por estar impressionado com alguns momentos, em outros expressei em alto e bom som um NÃO, ou alguma outra palavra mais chula (que não repetirei aqui, por motivos óbvios) enquanto me sentia parte daquele épico. O jogo me tomou cerca de 30 horas para ser completado, mas isso porque corri para ver o final, apesar de ficar explorando áreas tentando achar baús e itens secretos. Mas ainda tenho muito o que fazer no jogo. 

Completei a minha primeira 'run' do game no PlayStation 4, tendo jogado pouco no PlayStation 5. Espero conseguir jogar mais no console mais novo da Sony para poder vir aqui e também poder mostrar as diferenças gráficas entre as versões.

Mas já posso adiantar: é a grande conclusão da saga de Kratos e Atreus com os deuses de Asgard.

O COMBATE

O combate de God of War Ragnarök é algo que deve ser amplamente explorado pelos jogadores. Os primeiros jogos de God of War, no antigo PlayStation 2 chamavam muito a atenção pela rapidez e fluidez de movimentos. Kratos e suas lindas Blade of Chaos dançavam entre os inimigos enquanto uma trilha de fogo marva sua passagem.

Foto: Playstation//games

Em Ragnarök tive essa sensação voltando, ainda mais forte do que com o God of War de 2018. Usar o machado é extremamento satisfatório, dando para sentir o peso de cada golpe dado nos inimigos. Mas as lâminas do caos são as estrelas do novo jogo. Com combos similares aos dos jogos antigos, você consegue acertar inimigos os jogando para o alto com poderosos golpes no chão. Sentir o controle Dualsense respondendo a cada golpe dado, transforma a experiência ainda mais, trazendo a velocidade frenética de God of War de 2005 aos combates de Ragnarök. O feeling que isso trouxe é ainda maior do que quando Kratos se reencontra com suas armas características no GoW 2018.

O jogador irá rapidamente perceber que o jogo traz novas habilidades para as armas. O machado agora pode ser congelado, dando mais dano aos inimigos no próximo ataque. Já as correntes se incendeiam, com o jogador podendo escolher entre arremessar as chamas ou mesmo utilizá-las nos próximos golpes. E o jogador terá que aprender a utilizar as duas armas: o jogo exige a troca delas nos combates, já que inimigos tem fraquezas a uma das duas. Você pode começar enfrentando um inimigo utilizando o machado, mas só conseguir finalizá-lo utilizando as correntes. E ao longo do jogo isso se torna tão natural que o jogador estará 'dançando' entre os inimigos enquanto troca armas e utiliza habilidades.

Foto: Playstation//games

E não podemos esquecer de como se apara com o escudo. God of War Ragnarok traz uma indicação ainda mais clara de quandos os ataques inimigos acontecerão e como se darão. Se aparecer um círculo amarelo, são ataques que poderão quebrar sua defesa, então devem ser aparados. Se aparecer um círculo vermelho, são ataques que não podem ser nem bloqueados, nem aparados. Caso não sejam desviados, Kratos levará muito dano.

As habilidades rúnicas retornam no jogo, apesar de não serem muitas, todas são úteis e necessárias, devendo o jogador escolher as que melhor se encaixa em seu jeito de jogar. E Kratos neste jogo está mais 'God of War' do que no jogo anterior. Com movimentos rápidos e ágeis, o velho Deus da Guerra consegue subir ou descer de lugares altos utilizando suas correntes, conseguindo também pular diretamente em cima dos inimigos com seu machado, além dos movimentos fortes com suas armas após uma corrida. Com Atreus neste jogo se virando mais sozinho para acompanhar o pai, Kratos consegue ser mais rápido e preciso para superar obstáculos. 

Sobre os inimigos, temos uma boa variação de inimigos com alguns poucos chefes. Porém, são todos encontros épicos e isto é muito melhor do que um jogo lotado de chefes que são apenas inimigos com mais vida e mais fortes. Todo chefe de Gof of War Ragnarök tem um motivo para existir, para estar lá e para você ter que efetivamente lutar contra ele.

Mais um pouco de God of War

Voltando a história do jogo, novos e velhos personagens se misturam para costurar o grande enredo que Ragnarök traz. Mimir está especialmente entrosado com Kratos e Atreus, sendo considerado um grande amigo pelos dois (isto está escrito diretamente no códice de Kratos). Thor e Odin surpreendem desde a primeira aparição, com diálogos pesados e carregados de drama, deixando uma tensão imensa no ar a cada vez que surgem. Aliás: o Thor strongman é a versão nórdica do mito, ficando muito distante de sua versão da Marvel.

Foto: Playstation//games

Falando um pouco da música, o compositor Bear McCreary volta a franquia com músicas incríveis, com temas para os personagens e cada situação que passam. É difícil não identificar uma música do jogo e elas cravam na memória e arrepiam a cada passagem.

O jogo é um 5/5. Gráficos maravilhosos, jogabilidade fluída e incrível (nostálgica também), história que prende e nos faz imergir no drama de Kratos e Atreus, músicas e sons que ficam na memória e dublagem incrível. Dificilmente se vê tanto empenho em um jogo, que o torna um dos maiores trabalhos da história dos games. O Santa Monica Studio acerta mais uma vez e traz um game que já se tornou um dos maiores de todos os tempos.

Veredito Final

Um espetáculo em forma de jogo que traz a mitologia nórdica ao mundo de God of War, com a medida certa entre combate, aventura e uma história absurdamente bem escrita.

O jogo é uma obra de arte, do início ao fim, mostrando a jornada de um pai que quer a felicidade e sobrevivência do filho e um filho que busca respostas sobre quem ele é e qual o seu lugar no mundo, um questionamento pelo qual todos passamos em vários momentos de nossa vida.

Foto: Playstation//games

O melhor jogo para PlayStation 4 e possivelmente será o melhor para PlayStation 5 por muito tempo. O jogo se tornou uma linha de qualidade que será difícil outro jogo do estilo ultrapassar.

Acompanhe aqui o /GAMES do Folha Vitória para outros detalhes do jogo em breve.

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