Review - The Calisto Protocol é lindo e assustador
Rodando na nossa máquina de testes, o jogo tem gráficos alucinantes para a nova geração de games
Atuallização: O game recebeu hoje (15/12/22) um Path de 11GB que promete várias correções e melhorias de performance, sem muitos detalhes ainda, adiantamos que algumas cituações de travamento e bugs foram corrigidas e o jogo esta mesmo mais suave rodando no PC.
Para começar, digamos que muita gente, inclusive os desenvolvedores, não escondem que Dead Space teve grande influencia sobre o que você terá em The Callisto Protocol, mas jogando, imediatamente você nota que estamos falando de uma experiência única, com identidade própria e muita qualidade. Para encerrar essa comparação logo no início, temos sim alguns elementos de interface, mecânicas e até alguns aspectos gerais, como a prisão, que remeterem a DeadSpace, mas em The Callisto Protocol você insere o elemento humano e uma série de emoções envolvidas na história de uma forma que DS nunca chegu a ter, e isso tudo logo no prólogo do game.
Sem dar spoilers relevantes, o jogo começa quando você (protagonista) e um amigo estão trabalhando no transporte de cargas de uma lua prisional, e algo acontece no bagageiro de sua nave assim que você sai da tal lua, chamada Callisto. Esses acontecimentos forçam sua nave a um pouso desastroso de volta a essa lua e aí que as coisas começam a dar errado para o nosso herói.
O primeiro ambiente que você explora é a nave, e rapidamente percebe o quanto de capricho foi empregado em cada detalhe do game, os ambientes são ricos em sombras, luz e poeira. Texturas de altíssima qualidade te permitem ver o suor no rosto dos personagens, com expressões faciais bem distintas e naturais, a pele, o cabelo, as roupas, enfim, toda a composição gráfica é muito rica e transmite uma atmosfera realista.
Uma vez em solo, você é levado para a prisão "Ferro Negro", considerado morto na queda da sua nave em Calisto, é informado que vai passar o resto da vida ali. O terror começa alguns instantes depois, com a prisão tento problemas e você caminhando no meio da confusão numa mistura entre tentar entender o que está acontecendo e as surpresas que os cantos escuros e salas te reservam.
Mais uma vez o aspecto técnico impressiona, com ambientes muito detalhados e texturas em altíssima qualidade. A prisão é um cenário grande e nem por isso deixa de ser denso, com muitos andares de ferro retorcido, colunas e celas. Tudo isso populado de NPCs ao fundo, fugindo da mesma forma que você, não apenas da prisão, mas do que quer que tenha acontecido ali.
O jogo dosa bem ação, aventura e terror com alguns sustos. A aventura começa de forma interessante e vai prender na história quem curte esse tipo de game. A atmosfera de terror que o game consegue passar com luz, sombra e fumaça é coisa que poucas vezes vimos nos jogos.
Versões
Lançado para consoles e PC, a versão testada rodou primorosamente em nossa máquina de testes, mas mostrou seu peso. Antes de comentar tudo que o jogo usou em termos de hardware no PC, vamos falar um pouco do que você vai encontrar nesse quesito nos consoles.
Especialmente se estiver jogando em um hardware da geração passada, você perde materiais, luz, a sombra simplifica eliminando a sensação de progressão, o que num jogo desse tipo impacta na sensação de ambiente, também perde distância de renderização, algumas coisas vão se construindo a medida em que você anda, e mesmo em um nexgen mais simples como o Series S, alguns efeitos da falta de capacidade gráfica podem incomodar, como sombras aparecendo de repente e a luz bem mais simples.
Quer dizer que não vale a pena comprar o game nesses consoles? Vale sim! O jogo cumpre seu papel, e quem está rodando games nessas máquinas a essa altura, já entende que não vai ter o melhor dos cenários e aceita que os games ali valem mais pela história e gameplay do que pela experiência visual impressionante que eles podem entregar em equipamentos mais recentes.
Mesmo assim da para dizer que fazendo essas conceçõoes, o jogo ainda está MUITO bonito! Rodando a 30 FPS das versões mais básicas, ele se mantem estável o tempo todo, e no geral é um jogo um pouco a cima do que se costuma ver em termos de texturas e partículas sujando tudo na tela.
Em contrapartida, tanto Xbox Series X quanto Playstation 5 mostram o jogo como deve ser jogado em termos gráficos, com iluminação mais complexa, sombras gerando penumbras, mais partículas com poeira, fumaça e tudo mais que ajudam a dar um clima de terror diferenciado.
Testando em um Xbox Series X, o game entrega praticamente a mesma experiência de jogar no nosso PC e é um dos primeiros jogos que permitem que você se sinta na nova geração.
Agora finalmente falando do PC, que foi onde nós testamos o game por um bom tempo, e ja tendo como referência o ótimo trabalho dos consoles, temos que dizer que rodar esse game em um PC potente é um mundo à parte. O jogo tem um visual um degrau além do que em geral temos nos outros jogos. A sensação de escuridão, as luzes e tudo que vai acontecendo na tela, sem falar no nivel de detalhes do personagem, com a pele do rosto suando e as expressões faciais, tudo parece ter um polimento visual único, e a qualidade é tanta que as vezes parece uma demonstração técnica, misturando gameplay e CG.
Performence:
Os testes rolaram no PC que usamos para o /GAMES:
AMD Ryzen 9 5900X,
Placa mãe BIOSTAR X570 Racing GT8,
32GB DDR4@3600MHz Corsair Vengeance PRO,
GPU Leadtek GeForce RTX 3060Ti de 8GB
NVMe 1TB Kingston Fury Renegade.
Em nosso PC, testamos um percurso especifico para analisar a performance, usando as configurações escolhidas automaticamente pela engine que ficou no Preset "Alto" e chegamos as seguintes métricas:
Em FullHD (ou 1080p) o game rodou em média a 135FPS, ele usava 6,9GB de memória de vídeo e 15,6GB da memória RAM do sistema.
Em QHD (ou 1440p) sofremos uma queda para 85FPS e um ligeiro incremento no uso da memória de vídeo, passando a 7GB e subimos o uso da memória RAM do sistema para 18,6GB.
Em 4K (ou 2160p) a maior queda, para apenas 35FPS usando os mesmos 7GB de memória de vídeo e incríveis 20,4GB de RAM do sistema.
Parece que o jogo não assusta só o gamer, mas também o PC, chama a atenção que a medida em que subo a resolução o jogo pede mais e mais RAM do sistema, e em uma quantidade poucas vezes vista. Para rodar o game com tranquilidade, na qualidade média ou alta, já recomendamos um sistema com 32GB sob pena de haver gargalos ocasionados pelo acesso ao HD ou SSD.
A parte de tecnologia do game é bastante interessante, tendo o estúdio desenvolvido uma solução própria de Ray Tracing para trabalhar a luz e sombra do game. Essa solução chega a dobrar o número de luzes com as quais a UE4 podia lidar nativamente. Você vê reflexos até na íris do protagonista se chegar à câmera perto o suficiente dos seus olhos para ver.
Ativar esse Ray Tracing "nativo" tem um alto custo de performance e só recomendamos fazer isso em conjunto com a ótima tecnologia da AMD o FSR 2.0, que faz um papel similar ao que o pessoal que curte GeForces entende por DLSS. Porém, com uma solução proprietária para RayTracing rodando para ampliar as capacidades da engine nativa temos alguns problemas acontecendo, pelo menos neste momento, alguns tracamentos e telas de erro são esperados usando esse recurso no seu máximo, mas a desenvolvedora já prometeu que paths de correção estão a caminho.
Apesar do game vir com suporte imediato ao AMD FidelityFX Super Resolution 2.0 (FSR 2.0) das GPUs Radeon RX, diferente da nVidia que normalmente limita suas tecnologias apenas as suas GPUs, a AMD libera o FSR para ser usado em GPUs de qualquer marca, o que pode ajudar a diminuir o peso e melhorar muito FPS mesmo que você use uma GeForce.
Por enquanto o DLSS da nVidia ainda não está disponível no game, mas o FSR 2.0 dá conta de aliviar a carga. Se espera que o game ganhe suporte ao recurso da nVidia em algum momento e quando acontecer vamos voltar aqui para falar desse detalhe com vocês!
Desanimou de comprar o Game porque acha ele pesado? Não se preocupe! O /GAMES Folha Vitoria ajuda você a entender e configurar o jogo para rodar um pouco mais rápido mesmo em um PC menos capaz. De fato, o game tem presets que te ajudam a colocar muita performance extra se você estiver disposto a fazer concessões, mas como sabemos que nesse caso você quer tentar extrair o máximo, vamos explicar as configurações para você.
■ V-Sync: Desligado
■ Limite de taxa de quadros: Ilimitado
■ Modo de tela cheia: tela cheia
■ Iluminação: Alta
■ Sombras: Alto
■ Volumetria: Alta
■ Partículas: Alta
■ Texturas: Alta
■ Reflexões do espaço da tela: Ativado
■ Refrações físicas: Ativado
■ Profundidade de campo: Ativado
■ Desfoque de movimento: Desativado
■ Dispersão de subsuperfície: Ativado
■ Anti-aliasing: TemportalAA
■ Grão do filme: Desligado
V-Sync
Essa opção evita alguns cortes horizontais na imagem, mas só deve ficar ativa se o seu hardware puder fazer mais FPS que a velocidade do seu monitor, ou seja, acima dos 60FPS em um monitor comum já que ele opera a 60Hz. Caso você tenha um equipamento com FreeSync ou G-Sync não precisa se preocupar que a placa trata esse tipo de questão para você.
Limite de taxa de quadros: Ilimitado
Essa opção obriga o jogo a funcionar a 30 FPS, 60 FPS e assim por diante... o ideal é deixar seu PC fazer o que puder e manter ilimitado.
Iluminação e Sombras
The Callisto Protocol tem um cenário sombrio em uma Lua prisão, lotado de focos de luz, sombras e denso por natureza, ter equipamento para pelo menos ficar no padrão é o ideal para viver a experiência, mas se você diminuir essa opção vai ter um impacto imediato no FPS já que iluminar é uma das coisas mais pesadas que seu PC tem que fazer nesse jogo. Não é diferente quando falamos das sombras, que é outro aspecto muito pesado, especialmente usando as famosas “sombras leves” que na verdade são ultra pesadas, já que criam um gradiente entre o ponto escuro e o claro gerado por cada objeto ao invés de uma sombra “dura” e fixa como nos consoles ou até nenhuma sombra. Só recomendamos diminuir esses dois quesitos, num jogo criado para ser jogado no escuro e num clima de terror, se você estiver precisando muito de FPS, mire em pelo menos 60 FPS, se estiver tendo mais quadros por segundo que isso, mantenha essas duas opções sempre no mais alto possível nesse game.
Partículas
Folhas de papel flutuando, respingos de sangue, labaredas de fogo e outros objetos aleatórios se movendo na cena são as partículas. Menos necessárias deixar no médio não quebra o clima do game, você vai perder sutilezas e vai ver menos sangue, o impacto geral na performance é marginal, porém, ajuda a evitar aqueles soluços que o FPS pode apresentar de vez em quando.
Texturas
Especialmente responsáveis por uso de grande quantidade de memória, usar texturas nas configurações mais altas exige muita banda (capacidade de transferir dados entre memórias e unidades de processamento) e exauri a parte da placa que é dedicada a “pintar” a cena, as chamadas TMUs do chip gráfico. Aqui você pode aliviar bem o peso, especialmente se estiver num “simples” monitor 1080p usar o médio pode ser uma ótima opção para precisar de menos RAM e ganhar uma folga no FPS para aplicar em outro aspecto.
Rastreamento de raio
Impressiona, é espetacular, mas é extremamente pesado, e como já comentamos, é uma solução proprietária e não alinhada com nVidia ou AMD, então se você quer ver o game em toda sua glória, se prepare, porque vai precisar de uma ótima GPU para habilitar esse recurso e pelo menos agora no inicio, sofrer um pouco até que os paths venham para corrigir alguns bugs. Tentar deixar o jogo mais leve diminuindo outras opções pode ser um caminho para a performance, mas "tirar qualidade para ver qualidade" não parece ser uma solução lógica, então não recomendamos mexer com RayTracing se a sua GPU tem o recurso mas é apenas de entrada, como as RTX 2060 ou as RX 6500XT. Baixar a resolução talvez? Difícil decidir o que fazer, mas que fica lindo com isso ativado fica! Recomendamos usar RT se você tem uma GPU pelo menos Radeon RX 6700XT, GeForce 3060Ti ou acima, abaixo disso melhor não ativar e mesmo assim não vai se decepcionar com os visuais.
Bom, esperamos que vocês tenham gostado desse nosso primeiro contato com The Callisto Protocol, vamos fazer mais uma incursão no game, deixando o aspecto técnico de lado e focando na história muito em breve, acompanha o /GAMES Folha Vitoria para ficar por dentro de tudo sobre games e ver como foi nossa aventura na Lua prisional de Callisto muito em breve!