- Shadow of the Orient tem combates intensos com checkpoints generosos salvam a experiência
- Mecânicas de pulo e escalada podem irritar no início
- Sistema de loja é complexo demais para ser realmente útil
- Duração curta, mas ideal para fãs de jogos retrô
Quando comecei Shadow of the Orient, achei que ia jogar “só mais um indie com visual pixelado”. Mas o jogo logo deixou claro que estava ali para me lembrar dos tempos em que errar era parte do aprendizado — e não só um tropeço visual.
Um começo promissor
A premissa é simples: crianças foram sequestradas por um exército maligno e Xiaolang, nosso herói silencioso, parte em uma jornada de resgate. Com gráficos pixelados bem produzidos e animações fluidas, tudo parece promissor. Os controles também são responsivos, o que me deu confiança. Mas logo os primeiros inimigos me ensinaram que encará-los de frente geralmente resulta em dano certo.
Sem botão de defesa ou esquiva no início, precisei abusar da tática de esperar o inimigo virar de costas pra dar o bote. Funciona, mas quebra o ritmo do jogo. Na prática, era mais eficiente apenas evitá-los.
A loja mais atrapalha do que ajuda
Uma das mecânicas centrais é o uso de gemas coletadas nos níveis para comprar armas e habilidades. Mas são gemas diferentes para cada tipo de item — o que me fez desistir de interagir com a loja depois de algumas tentativas frustradas. Faltou clareza e sobrou complicação. Como o jogo nunca me obrigou a usar esses upgrades, segui sem grandes perdas.
Segredos, crianças e checkpoints salvadores
Apesar de ter ignorado muitas rotas secundárias, descobri que essas trilhas — onde ficam as crianças sequestradas e baús trancados — são os caminhos mais desafiadores e recompensadores. Só que, se o seu objetivo for apenas zerar, o melhor é evitá-las. A boa notícia é que o sistema de checkpoints funciona muito bem: morrer não significa começar tudo de novo, o que, num jogo difícil assim, é essencial.
Pulos esquisitos e escaladas nervosas
Shadow of the Orient também tem seus momentos de “por que isso não funcionou?”. Pular de uma borda sem antes ter dado um salto cancela completamente sua habilidade de pular no ar. E escalar paredes exige que você esteja completamente parado para conseguir dar impulso — algo contraintuitivo e irritante, especialmente quando inimigos te pressionam.
Depois de um tempo, me adaptei. Mas senti que a curva de aprendizado ali era mais sobre aceitar limitações do que dominar a técnica. São pontos que podem ser melhorados em uma atualização (inclusive a loja) e enriquecer o jogo.
Três mundos com personalidade
O jogo divide seus níveis em três áreas temáticas, e o que me agradou muito foi a forma como ele mistura os cenários dentro de cada área. Em vez de uma sequência óbvia (tipo floresta → caverna → deserto), o jogo alterna ambientes, evitando aquela sensação de “mais do mesmo”.
Chefes sem surpresas, mas funcionais
Cada mundo termina com uma batalha contra chefe. Nada muito marcante: vida segmentada, padrões previsíveis e ataques fáceis de ler. Mas não exigem grind ou upgrades, o que torna as lutas acessíveis — e isso, nesse tipo de jogo, é um ponto positivo.
VEREDITO
Shadow of the Orient me fez suar a camisa, errar, aprender — e repetir. Tem cerca de 2 horas de duração, mas pode chegar a 4 para quem quiser explorar tudo. É um jogo curto, direto ao ponto e que sabe exatamente para quem está falando.
Se você curte precisão, fluidez e gameplay polido ao extremo, talvez se frustre. Mas se cresceu morrendo em Mega Man e insistindo até o final, vai se sentir em casa.