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Review | Spirit Mancer mistura Mega Man e JoJo’s Bizarre Adventure

Spirit Mancer apresenta um mundo colorido, mecânicas de captura de espíritos e referências a Mega Man, JoJo’s e Pokémon.

Spirit Mancer, testado no PC (Steam) e também disponível em Xbox, PlayStation e Nintendo Switch, se apresenta como um híbrido inspirado em nomes de peso, como Mega Man, JoJo’s Bizarre Adventure e Pokémon.

Foto: Reprodução/Spirit Mancer//GAMES Folha Vitória/steam/DEAR VILLAGERS

Desenvolvido pelo estúdio tailandês Sunny Syrup Studio, o jogo traz um platformer colorido, com mecânicas de captura de inimigos e um mundo vibrante, mas que nem sempre consegue equilibrar bem todos esses elementos.

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A trama nos coloca no papel de Sebastian, um caçador de demônios preso em uma guerra aparentemente sem saída entre a humanidade e criaturas infernais vindas de um portal interdimensional. 

O mundo humano, ao tentar lidar diplomaticamente com esses seres, viu o acordo ruir, resultando num caos total. Enquanto Sebastian e sua equipe ficam presos em uma dimensão chamada “Inferno”, o jogador embarca em uma jornada que mistura combate, exploração e capturas de espíritos.

No primeiro contato, Spirit Mancer lembra um jogo de plataforma ao estilo Mega Man. Mas conforme o jogador adquire poderes especiais, passando a “quebrar” inimigos antes de capturá-los, a experiência começa a trilhar seu próprio caminho. 

Ao lado de Mary (que pode ser controlada por um segundo jogador no modo cooperativo) e guiado pelo misterioso Sayan, é possível converter adversários em cartas espirituais. 

Cada carta confere um ataque que o jogador pode usar contra outros inimigos, algo que rapidamente traz à mente as referências a JoJo’s Bizarre Adventure, principalmente ao se ver as criaturas maiores em ação. 

Ao todo, existem mais de cem espíritos para capturar, e cada um oferece uma habilidade singular, embora essas habilidades raramente extrapolem o âmbito do combate.

O ambiente de Inferno contraria o nome: longe de ser sombrio, apresenta cenários tropicais, vibrantes e coloridos. A pixel art dentro das fases é rica em detalhes, e a estética do jogo evita clichês de animes genéricos.

Essa pegada cultural lembra a atmosfera encontrada em A Space for the Unbound, do estúdio indonésio Mojiken, trazendo um charme autêntico à apresentação.

Os inimigos, desde porcos até criaturas meio-peixe, meio-tigre, são bem desenhados e têm ataques distintos. Capturá-los se torna recompensador, pois cada um reflete o cuidado dos desenvolvedores na criação de personagens e suas animações. 

A leve veia humorística permeia diálogos e cenas, resultando em momentos que remetem à irreverência de séries como Parodius ou alguns animes antigos.

Infelizmente, nem tudo flui bem. O principal problema está na mecânica de capturar inimigos: é preciso quebrá-los com armas específicas, o que interrompe o fluxo da ação com frequência. Isso torna o platforming menos dinâmico e, em certos momentos, tedioso. 

Além disso, a utilidade dos espíritos capturados acaba limitada ao combate, desperdiçando a chance de integrá-los a puzzles ou a exploração mais criativa.

Outro ponto negativo é o ritmo das fases. Algumas duram de 30 a 40 minutos, sem muita variação na estrutura: longos trechos horizontais, falta de checkpoints intermediários e a necessidade de derrotar o chefe para o progresso ser salvo.

Isso dificulta jogar de forma mais casual, como em intervalos curtos de tempo, obrigando o jogador a refazer um longo caminho se precisar interromper a sessão. Para mim que tenho que jogar diversos jogos todos os dias para poder escrever matérias, pode ser complicado iniciar uma sessão de Spirit Mancer.

Entre uma fase e outra, existe uma cidade-hub onde é possível aceitar missões, evoluir habilidades e enviar porcos aliados em expedições por ouro. Embora essa camada extra de gestão exista, ela não aprofunda a experiência. 

Em essência, é uma funcionalidade superficial que não altera de forma significativa o modo de jogar, ainda que ajude a potencializar o personagem e encurtar alguns confrontos no futuro.

VEREDITO

Spirit Mancer apresenta um mundo colorido, mecânicas de captura de espíritos e referências a Mega Man, JoJo’s e Pokémon. Apesar do charme e variedade, o ritmo lento das fases e a utilidade limitada das habilidades prejudicam a experiência geral.

Apesar dos pontos falhos, a pixel-art é linda e ajuda a superar as questões técnicas do jogo.

NOTA: 7.5/10

Review feito na versão PC do jogo