Se você foi um jovem apaixonado por games lá pela geração 16Bits com a épica batalha entre Mega Drive e Super Nintendo, foi certamente encantado por alguns dos títulos de ação em plataforma mais estilosos da época. Moonrider leva você direto para esse momento da sua vida, ou, se você é jovem, mas curte PixelArt em 2D, terá uma experiência destilada diretamente dos melhores exemplares do gênero.
A história, bem Sci-Fi anos 80, se resume a um Cyborg com memórias humanas confusas revisitado, entre as fases enquanto enfrenta um exército totalitário do mau. Clichê? Bom, eu particularmente adorei (risos). O jogo começa com você saindo da capsula de contenção onde você estava sendo produzido e passando por um laboratório cheio de experimentos que levaram ao resultado final, que é Moonrider!
A jogabilidade é muito fluida, e apesar da arte lembrar um pouco Hagane (SNES), o jogo é mais rápido e preciso, com um feeling de ação bem Chakan (Mega Drive) enquanto você navega pelas plataformas correndo, golpeando e dando saltos giratórios. Em algumas fases você vai se sentir em um Shinobi (Mega Drive/Arcade), em outros, procurando upgrades ou chegando em chefes, vai parecer Metroid (SNES) e não vamos esquecer, Strider.
É essa mistura de sensações de estar jogando alguns dos jogos mais aclamados do estilo na geração 16Bits, com elementos distinguíveis, combinados e colocados no mesmo jogo de uma forma em que ele adquire personalidade própria a ponto de sugerir tantos games bons, mas não copiar nenhum que tornam Vengeful Guardian: Moonrider tão interessante.
Não consegui ficar menos de uma hora na primeira vez que sentei para jogar e sem dúvida o título agradará quem é da velha guarda, mas pulos precisos em plataformas se movendo costuma ser a receita para chatear jogadores mais novos que não estão acostumados a games mais “físicos” como esse. Seja como for, eu recomendo muito a qualquer fã do estilo, ele combina elementos de forma original e agradará muito especialmente você que teve um console de 16Bits lá no fim dos anos 80s, início dos 90s.
Recursos técnicos
Além de ter a opção de ver a história em português, o que para mim já garante alguns pontos, afinal, é um game brasileiro e nosso público merece esse respeito, Moonrider permite que você simule um monitor CRT.
O efeito é bem interessante, mas confesso que fiquei muito curioso para executar o game numa TV de tubo de verdade e eu provavelmente farei isso em breve. As resoluções em janela e a opção de tela cheia funcionam bem e sem criar atrapalhar o monitor. O tremor da tela quando o herói recebe uma pancada ou algum chefe é destruído pode ser regulado, ou até eliminado, além do fato de você poder mapear completamente os comandos no Joystick.
Fato curioso, o game permite até que você exiba o contador de FPS.
Jogando Vengeful Guardin: Moonrider
No nosso PC de testes e com um Joystick de Xbox Series, começamos a brincar com a versão Steam do game. O controle vem bem posicionado por padrão e não vi necessidade de remapear nenhuma função. Variei um pouco entre o filtro CRT que simula uma tela de tubo e a imagem original e nos dois casos o resultado é bastante agradável, o que me deixou bem surpreso já que normalmente eu não curto os filtros CRTs que esse tipo de jogo tem.
Outra coisa muito bem-vinda é o tutorial. Simples e direto, ele NÃO É integrado ao início do game, é completamente opcional e pode ser acessado pelo menu principal, algo que outros games poderiam adotar.
O jogo começa simples, ande, ataque, mate, prossiga. Mas logo você começa a esbarrar nas mecânicas que devia ter conferido no tutorial. Saltos com chutes para baixo ou em diagonal são super uteis, além de um dash de ataque executado após iniciar a corrida são ótimas formas de progredir rapidamente e são mecânicas que devem ser dominadas.
Pouco após você pegar o ritmo aparece o primeiro chip de upgrade para você instalar e logo você notará que pode combinar chips diferentes e fazer versões mais adequadas do cyborg para cada novo desafio em diferentes áreas que você escolhe através de um mapa interativo. Mais capacidade ofensiva? Mais resistência? Sem spoilers! Vocês vão descobrir formas criativas de instalar e combinar os chips de upgrade para enfrentar a jornada em busca de vingança!
Veredicto
Obrigatório para todo fã do gênero de ação em 2D, você tem uma “masterpiece” dos 16Bits nas mãos, com ação, padrões para decorar, saltos precisos em plataformas, controles extremamente responsivos que trazem uma sensação muito recompensadora por estar mesmo acertando os saltos, e isso é ótimo de dizer, Moonrider atende ao seu joystick com muita precisão e você sabe que não errou porque o jogo não atendeu ao seu comando, mas por falta de treino seu mesmo (risos).
Não estamos falando de um jogo moderno que “parece retro”, estamos falando de uma masterpice dos 16Bits “para valer”, é um jogo da época, e apesar de ser ótimo para qualquer um jogar, será ainda melhor para quem esteve lá na sala de casa, sentado no tapete, jogando seu Mega Drive ou Super Nintendo.