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The Matrix Awakens impressiona o mundo no Xbox Series e PS5

Demonstração da um vislumbre do enorme potencial da engine e do quando ela pode ajudar no desenvolvimento de games com qualidade sem precedentes.

Se você ouviu falar de The Matrix Awakens ou mesmo viu algum vídeo e achou a qualidade mesmo incrível saiba que essa é só parte da revolução para a qual essa demonstração aponta, escolha a pílula certa e venha conosco conhecer até onde vai essa toca de coelho.

Foto: Reprodução / Epic Games
Personagens gerados em tempo real.

Primeiro vamos falar da “experiência Matrix”:

Dividida em três partes onde você pode participar de cenas dos filmes da franquia Matrix ou interagir andando livremente por uma cidade gigante com qualidade gráfica impressionante.

Foto: Reprodução / Epic Games
Não é filme, é uma cena 3D em tempo real

Você começa com a cena de perseguição do Matrix Reloaded, trocando tiros com os agentes e ajudando Trinity a fugir. Aqui os efeitos de explosão, partículas e danos aos veículos chamam a atenção.

Os agentes atiram, pulam no seu carro e a medida em que a ação vai se desenrolando tudo a sua volta vai sofrendo as consequências, carros, paredes, muros, tudo mesmo vai sendo destruído com a passagem frenética da luta entre vocês.

Foto: Reprodução / Epic Games
Bilhões de personagens diferentes podem ser criados em tempo real, é o fim dos modelos básicos que se repetem o jogo inteiro como seus inimigos.

Em sequência você vê Neo e Trinity recriados em versões com idade variada e tudo em tempo real e podemos inserir um personagem criado por nós mesmos em poucos minutos no joystick para interagir com eles e novamente, a qualidade dos personagens se assemelha a de um ator em um filme.

Foto: Reprodução / Epic Games
A cidade é bastante viva

Fechando a experiência você vaga pela cidade livremente, podendo inclusive dirigir os carros, algo próximo do que você esta acostumado em um GTA mas com uma qualidade gráfica e variedade de carros e pessoas que impressiona.

Veja o vídeo completo da demonstração:

Um segundo olhar sobre a parte técnica:

Desenvolver jogos é a cada ano mais caro e demorado, um game de ponta com gráficos de ultima geração pode levar anos para ser concluído e não é difícil encontrar produções que levaram entre 5 a até 10 anos para serem feitas o que em termos de tecnologia é uma eternidade e gera custos que tornam a produção arriscado pois ela teria que vender para cobrir os gastos de todo esse tempo.

Muitos dos recursos integrados nos chips gráficos atuais estão lá para tentar mitigar essas questões, facilitar a vida do desenvolvedor passou a ser o objetivo maior de quem trabalha nas ferramentas que eles usam para criar os jogos.

A Epic, dona da Unreal Engine, presente na maioria dos principais jogos do mercado chegou com a quinta edição dessa ferramenta de desenvolvimento indo além de apenas expandir as capacidades para uso de mais memória em imagens de maior qualidade mas sim focando em facilidade.

Seguindo tendências e adotando métodos de uso das melhores características das bibliotecas gráficas mais recentes ela permitiu nessa demonstração que um mundo virtual fosse criado em uma fração do tempo necessário com técnicas tradicionais e mais, que equipamentos como os consoles, tecnicamente incapazes de executar um ambiente tão complexo em tempo real pudessem fazer isso.

O que a demonstração coloca na tela em tempo real?

Foto: Reprodução / Epic Games
Cidade virtual em demonstração da UE5

-A superfície da cidade é de 15,79 km²
-O perímetro da cidade tem 14.519 km de extensão.
-São 260 km de estradas com 1.248 cruzamentos.
-São 512 km de calçada com 35.000 pedestres simulados
-Dos 45.073 carros estacionados, 38.146 são dirigíveis e destrutíveis
-Temos também 17.000 veículos no trânsito e que são destrutíveis
-A cidade tem 7.000 edifícios
-E temos 27.848 postes de luz
-12.422 buracos de esgoto
-O mundo inteiro é iluminado apenas pelo sol, céu e materiais emissivos. Não foram colocadas fontes de luz para as dezenas de milhares de luzes e faróis. No modo noturno, quase toda a iluminação vem dos milhões de janelas com as luzes ligadas nos prédios e casas.


Contagem média de polígonos?

Uma das principais questões das gerações anteriores era a contagem de polígonos, e aqui temos 7000 mil edifícios de 1000 partes onde cada uma pode ter até milhões de polígonos, então podemos estimar vários bilhões de polígonos para compor apenas os edifícios da cidade.

Tudo isso só é possível graças a técnicas novas que alavancam a complexidade mudando a forma como as coisas eram feitas para técnicas muito mais modernas usando recursos que antes não estavam disponíveis nos chips gráficos e nas ferramentas de construção de jogos.

Antes para uma luz acontecer o desenvolvedor investia um tempo enorme trabalhando imagens de como cada coisa na cena deveria reagir a uma fonte de luz, regulava o quanto um ambiente seria claro ou apagado manualmente e precisava equalizar todos elementos de forma quase artesanal.

Agora ele só precisa dizer que aqui tem um prédio de um tamanho X, com N quartos, feito de concreto e com a fachada azulejada ou apenas pintada e a engine cuida de criar como esse objeto interfere naquele mundo.

Quando um veículo passar ali, a escolha de materiais e cores feita pelo desenvolvedor vai reagir a luz dos faróis, o som do motor vai parecer mais vibrar mais refletido em vidros e azulejos e será mais abafado se for no cimento e assim por diante sem que o desenvolvedor tenha que fazer cada detalhe. Essa é a mágica que essa demonstração trouxe.

Foto: Reprodução / Epic Games
Neo jovem, gerado no vídeo game em tempo real.

Será tipo a Matrix?

Ainda não, você ainda percebe que é um gráfico, os personagens apesar de parecerem naturais ainda não tem 100% das reações e você vai achar tudo perfeitinho demais.

Mas a bem da verdade não estamos longe de os video games conseguirem emular perfeitamente a realidade de forma que nos engane completamente, talvez mais uns 20 anos quem sabe.