A ultima geração de consoles de vídeo game esta começando a se popularizar no Brasil e no mundo. Apesar de nós sempre indicarmos aos gamers escolherem seu console baseados nos jogos que gosta e não nas especificações técnicas, não custa nada ficar sabendo como é e qual a capacidade desses consoles, que são verdadeiros monstros em poder de processamento e tecnologias. Essa é uma matéria grande, feita para quem curte entender como tudo funciona, então se prepare para aprender!
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Hoje vamos falar do aparelho que está no topo em termos de poder de processamento, o Xbox Series X. A Microsoft até oferece uma opção mais simples e barata, o Xbox Series S, mas é na versão X que ela entrega a maior capacidade, os efeitos mais bonitos, as resoluções e velocidades mais altas.
Nas linhas de console da Microsoft então, a letra X é para indicar os aparelhos mais poderosos enquanto a letra S as versão comuns para quem não se importa muito com detalhes gráficos e só quer se divertir sem gastar muito.
O Xbox Series X é o aparelho atualmente com o maior poder de processamento no mercado e agora vamos conhecer ele por dentro e falar de cada detalhe da arquitetura do console mas não se preocupe, com um pouco de “licença poética” vamos tentar tornar tudo fácil de entender e o menos “técnico possível”.
Vamos começar pelo básico, todo equipamento, seja um vídeo game, um computador ou mesmo um celular tem alguns pontos em comum.
São eles o chip que processa como tudo acontece na máquina, e o chamamos de CPU. A área onde esse processamento acontece e a chamamos de Memória RAM. O chip que “imprime” o mundo virtual na tela calculando efeitos, luz, sombras, cada objeto, cada cor que você vai ver e esse nós chamamos de GPU e por fim o local onde guardamos os dados até eles serem chamados para o processamento, é o nosso depósito eletrônico e esse é o HD ou no caso desse console o SSD, e essa pequena diferença de letras indica a tecnologia usada nesse depósito, mas vamos falar sobre isso em breve.
Vamos começar com a CPU:
O “chefe” da casa usa tecnologia similar a alguns dos melhores CPUs de computador, sendo capaz de executar até 16 tarefas ao mesmo tempo e trabalhando com uma velocidade travada a incríveis 3,6GHz, esse número diz que essas 16 tarefas podem ser ativadas 3,6 bilhões de vezes por segundo, cada uma! Isso é necessário para saber se um tiro acertou seu inimigo, qual a posição do seu personagem no mundo, onde cada amigo ou inimigo está e assim por diante, toda a interação das forças físicas, peso, velocidade etc de todos os elementos do jogo são tratados por ele.
Se algo explode e voam pedacinhos para todos os lados, é o processador que determina o que e o quanto é afetado por esses cacos.
Mas se você tem um perfil mais técnico, saiba que estamos falando de Zen2 da AMD que rivaliza com um Ryzen 7 3700X ou um Core i7 de décima geração. Ele também pode ativar um “nitro” e chegar a frequência de 3,8GHz mas nesse caso só 8 tarefas podem ser feitas ao mesmo tempo. Pode parecer uma troca injusta mas a verdade é que em jogos que “não sabem” usar tantas coisas ao mesmo tempo esse detalhe pode garantir até 20% mais eficiência.
Dessa vez então, a Microsoft voltou as raízes e esta adotando um processador “de PC” como foi o do primeiro Xbox que usava originalmente um Intel Pentium 3, excelente na época. Para você estar “melhor” que um Xbox Series X então, em seu PC, você precisará de um Ryzen 7 3700X ou melhor, qualquer processador abaixo será menos capaz que o do console.
Memória RAM:
Esse componente é a “bancada” de trabalho do vídeo game, e para ser boa o suficiente essa parte depende de pelo menos duas coisas. Seu tamanho e o quando você consegue movimentar as coisas em cima dela rapidamente.
Quanto ao tamanho, ter espaço para colocar tudo que é necessário ao trabalho é essencial para qualquer bancada ou mesa que se pretenda usar e não é diferente com um computador ou vídeo game.
Com uma mesa pequena demais você precisará levantar para buscar e guardar coisas a todo momento, com uma grande demais e terá espaço inútil ou quem sabe nem vai alcançar tudo que colocar na mesa obrigando você a levantar e ir pegar o que também trás algum prejuízo na velocidade com que você fará as coisas.
Entendendo isso imagine que os 16GB de memória disponíveis nesse aparelho são ideais para a capacidade das outras partes de trabalhar. Ter mais memória não ajudaria muito e ter menos atrapalharia bastante.
No caso desses 16GB temos um “arranjo” diferenciado, como se a mesa fosse em “L”, de um lado temos 10GB conectados ao equipamento por uma via de dados de 384Bits, é o “lado mais largo” onde você pode abrir livros grandes com muitas informações, fotos etc, e do outro você tem uma porção de 6GB conectados por uma via de 192Bits, apesar de mais estreito, aqui você vai colocar o seu notebook, papel e caneta e outras coisas necessárias.
É uma abordagem diferente da dos concorrentes e mais próxima a de um computador desktop. Novamente, se você tem um perfil mais técnico entenda que estamos falando de módulos Samsung GDDR6 código HC14 (capazes de 14Gb/s por pino).
Então serão duas áreas distintas, uma de 10GB de espaço, com 320Bits de barramento e largura de banda de 560GB/s para fazer a parte do vídeo, e outra com 192Bits que entregam 336GB/s, para fazer o que a memória de um computador faria, só que esse valor é quase 7 vezes a velocidade da memória de um PC Gamer! Aqui não tem como seu PC encarar o console (ainda).
Chegamos ao GPU:
Essa é a parte que “imprime” o mundo virtual na tela da TV, mas ela faz um pouco mais do que só mostrar a imagem para você, ela realmente armazena na memória tudo que vai aparecer, uma caixa, um carro, um personagem, todos eles são feitos com matemática!
Basicamente triângulos, e com eles sendo unidos uns aos outros as formas vão aparecendo, ainda vazadas, e em cima dessas formas a GPU “cola” fotos das partes das coisas equivalentes a posição de cada polígono! Sim, é um enorme trabalho matemático e não atoa essa é a parte mais cara do conjunto.
De novo, se você é uma pessoa mais técnica, temos um RNDA2 puro, a ultima palavra em GPUs AMD com tecnologia para Ray Tracing no hardware, clock fixo e poder de processamento de 12,15 Teraflops! Quer encarar ela com uma placa de video? Prepare-se para ter pelo menos uma RX 6800 e com ela você vai estar um pouco a frente do Xbox SX mas com uma menor você vai estar um pouco atrás.
Por fim temos o SSD
A sigla significa “solid state drive” e significa que o seu armazém, ao invés de usar uma tecnologia com cabeças de leitura que se movem sobre um disco na verdade usa uma memória sólida que pode ser lida e gravada de forma quase imediata o que garante uma velocidade muito, mas muito maior que a de um HD normal.
No caso dos Xbox Series temos a capacidade de mover um jogo inteiro para a memória dele em menos de 2 segundos. Claro que não é apenas esse movimento o necessário para que algo se torne jogável na tela então ainda veremos algumas telas de carregamento mas elas são muito mais rápidas que antes e as vezes imperceptíveis.
A medida em que os jogos forem aprendendo a tirar proveito isso deve ficar cada vez menos perceptível.
Do ponto de vista técnico estamos falando de um SSD que usa conexão M.2 e protocolo NVMe, trabalhando a 2,5GB/s mas com técnicas que quando empregadas o fazem render até 5GB/s, em ambos os casos a “demora” já estaria acontecendo por um motivo diferente então não há com que se preocupar.
A Microsoft também aplica uma tecnologia de controle parte do que ela chama de Velocity Architecture que permite que um jogo faça referência a dados direto no HD sem passar pela memória RAM, o que significa que essa unidade pode ajudar a memória se preciso e em conjunto com o hardware se torna peça chave em jogos muito exigente.
O formato:
Não se engane com o formato de torre do aparelho, não é uma escolha meramente estética, esse formato permite um melhor fluxo de ar dentro do equipamento mantendo ele mais frio e usando apenas uma ventoinha no topo.
Os joysticks:
Ele será compatível com Xbox One, One X, PC, Android e IOs e poderá ser usado com baterias ou pilhas diversas, tem uma série de aprimoramentos como melhor ergonomia, feedback aprimorado e é uma evolução dos controles atuais em todos os sentidos e o melhor, amplamente compatível.
Se você tem algum periférico atual para Xbox One, como aqueles caros volantes que normalmente temos que trocar a cada geração, não se preocupe, o Xbox Series X não tem apenas um controle compatível com os consoles anteriores, PCs e celulares como também é compatível com tudo que já existe para Xbox One, o que é um alívio para quem investiu uma boa grana em manches, volantes, controles elite e tudo mais.
Especificações completas:
Processador Zen 2:
8/ 16 Threads @ 3.8 GHz (3.66 GHz w/ SMT)
GPU RDNA2:
12.155 TFLOPS, 52 CUs @ 1.825 GHz
SPs: 3328 TMUs: 208 ROPs: 80
Memoria RAM:
Total de 16 GB GDDR6
10 GB @ 560 GB/s e 6GB @ 336 GB/s
SSD Velocity Architeture:
1 TB NVME SSD
Som 3D:
Tempest Sound Engine
Blu-Ray Drive:
Capaz de 4K UHD
Alvo de performance:
de 4K @ 60 FPS e 120 FPS até 8K @ 60 FPS