Movimentos sindicais e trabalhistas realizam atos públicos neste feriado de 1º de maio, na Capital e em Cariacica. Liderado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-ES), os manifestantes iniciaram a programação do feriado com uma caminhada no bairro Nova Palestina, em Cariacica. Um ato também acontece na manhã desta quarta-feira na praça Costa Pereira, em Vitória.
De acordo com Jasseir Alves Fernandes, presidente estadual da CUT, a caminhada no Bairro Nova Palestina tem como objetivo “apoiar o movimento das pastorais de Cariacica que já realizam o evento anualmente”.
Na pauta dos eventos de hoje, o presidente estadual da CUT destaca a “luta contra a reforma da previdência e a defesa pela aposentadoria”.
“No ato de hoje vamos centrar força na questão da greve geral que a [CUT] nacional deve anunciar a data ainda hoje, mas possivelmente será em junho”, adianta o líder do sindicato.
Segundo a organização do evento, cerca de 700 pessoas estiveram presentes no ato na praça Costa Pereira, no Centro de Vitória. A estimativa é de que pelo menos 2000 pessoas passem pelo ato durante o dia. De acordo com Jasseir Alves, a programação teve início por volta das 9h20 da manhã e contou com apresentações culturais e programação para crianças.
Greve geral
Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (30), o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre confirmou que a entidade irá convocar uma greve geral para o dia 14 de junho e exaltou a união de diversas frentes sindicais nos atos deste 1º de Maio por todo país.
” O momento que o país vive é muito grave e, por isso, foi fundamental a unidade das centrais na luta para barrar o projeto do governo que pretende acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros e brasileiras, especialmente os mais pobres”, concluiu Nobre.
História do feriado de 1° de maio
Em 1886, trabalhadores americanos fizeram uma grande paralisação naquele dia para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar por protesto.
Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris (França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito greve três anos antes.Em 1891, franceses consagraram a data de luta por jornadas até oito horas diárias. O século 20 acordou para o fato de que trabalhar mais do que essas oito horas seria considerado inconcebível. Os regimes escravocratas foram repudiados. Trabalho não deveria ser mais sinônimo de exploração.
Os trabalhadores compreenderam, em diversas manifestações, que o direito coletivo pode sensibilizar os legisladores, patrões e governos. A sindicalização e o direito à greve são marcos desses últimos 200 anos, lembrados em diversas ocasiões, e que deram às populações noções mais exatas de que o poder emana do povo.
O primeiro dia do mês de maio é considerado feriado em alguns dos países do mundo. Além do Brasil, Portugal, Rússia, Espanha, França, Japão e cerca de oitenta países consideram o Dia Internacional do Trabalhador um dia de folga.
No Brasil
O feriado começou por conta da influência de imigrantes europeus, que a partir de 1917 resolveram parar o trabalho para reivindicar direitos. Em 1924, o então presidente Artur Bernardes decretou feriado oficial.
Mas a data tinha uma conotação negativa, atribuída aos movimentos anarquistas e comunistas. A propaganda trabalhista durante a era Vargas (1930-1945), sutilmente, transforma o feriado em um dia destinado a celebrar o trabalhador em Dia do Trabalho.
Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas no 1º de maio. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares.
Além de ser um dia de descanso, o 1º de maio é uma data com ações voltadas para os trabalhadores. Não por acaso, a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) no Brasil foi anunciada no dia 1º de maio de 1943. Por muito tempo, o reajuste anual do salário mínimo também acontecia no Dia do Trabalhador.
(Com informações da Agência Brasil)