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13 razões para procurar ajuda e como ajudar quem pensa em suicídio

Pegando carona na discussão levantada pela série 13 Reasons Why, disponibilizada pela Netflix, o Folha Vitória reuniu uma lista de 13 razões e formas de ajudar

13 razões para procurar ajuda e como ajudar quem pensa em suicídio
O seriado tem “avisos de gatilho” e trata de suicídio e bullying Foto: Divulgação

A série original da Netflix “13 Reasons Why” tem dividido opiniões e causado polêmica por abordar um tema delicado: o suicídio. De acordo com estudos realizados em diversos países, tratar o tema em livros, obras audiovisuais e coberturas jornalísticas de maneira irresponsável pode gerar um efeito de contágio. Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem identificado práticas responsáveis de abordagem como uma área estratégica para ajudar a prevenir o ato.

Pegando carona na discussão levantada pela série, o Folha Vitória reuniu 13 razões para procurar ajuda em caso de desconforto psicológico e/ou emocional e formas de abordar e conversar com uma pessoa próxima sobre o tema.

1 – Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para oferta de ajuda voluntária ou profissional.

2 – A primeira medida preventiva é a educação: é preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto, derrubar tabus e compartilhar informações ligadas ao tema.  Saber quais as principais causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio no Brasil, onde hoje 25 pessoas por dia tiram a própria vida. Por isso, é essencial deixar os preconceitos de lado

3 – Pessoas de todas as idades e classes sociais cometem suicídio. A cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, totalizando quase um milhão de pessoas todos os anos. Estima-se que de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio a cada ano. De cada suicídio, de seis a dez outras pessoas são diretamente impactadas.

4 – O suicídio resulta de uma crise de duração maior ou menor, que varia de pessoa para pessoa. Não está necessariamente ligado a uma doença mental, mas sim a um momento crítico que pode ser superado. As pessoas correm menos risco de se matar quando aceitam ajuda.

5 – Somente 15% dos gravemente deprimidos vão se suicidar, mas a depressão severa continua sendo a maior causa do suicídio. Por isso, é preciso ficar atento quando a pessoa demonstra zero interesse na vida ou nos outros. 

6 – Pensar em suicídio é uma coisa que faz parte da natureza humana e é estimulada pela possibilidade de escolha. O impulso também é uma reação natural, porém é mais comum nas pessoas que estão exaustas por dentro e emocionalmente fragilizadas diante de situações que despertam possibilidade de suicídio.

7 – No momento em que tem ideias suicidas, a pessoa combina dois ou mais sentimentos ou ideias conflituosos. Ela busca atenção por se sentir esquecida ou ignorada e tem a sensação de estar só – uma solidão sentida como um isolamento insuportável. Muita gente tem um desejo de revide ou imposição do mesmo sentimento negativo aos outros, querendo que sintam o mesmo que ela. Outras pessoas sentem vontade de desaparecer, fugir ou de ir para um lugar ou situação melhor. Quase sempre, sentem uma necessidade de alcançar paz, descanso ou um final imediato aos tormentos que não terminam.

8 – Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.

9 – Pessoas que ameaçam se matar podem desistir da ideia. Ao receber ajuda preventiva ou oferta de socorro diante de uma crise, elas podem reverter a situação ao colocar para fora seus sentimentos, ideias e valores, alterando, assim, seu estado interior. Essa ajuda pode vir de pessoas comuns, ligadas a organizações voluntárias como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que se dedicam à prevenção do suicídio – são voluntários que têm um papel importante ao ouvir quem estiver passando por um momento de desespero. O apoio pode vir também de profissionais, contribuição muitas vezes indispensável, especialmente nos casos de descontrole.

10 – É preciso perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está numa crise suicida se percebe sozinha e
isolada. Se um amigo se aproximar e perguntar “tem algo que eu possa fazer para te ajudar?”, a pessoa pode sentir abertura para desabafar. Nessa hora, ter alguém para ouvi-la pode fazer toda a diferença.

11 – Aspectos psicológicos como perdas recentes, abuso físico ou sexual na infância, personalidade impulsiva, agressiva ou de humor instável, desesperança, desespero e desamparo são fatores de risco, então, ao perceber esses fatores, é importante ajudar ou buscar alguém para conversar.

12 – A média brasileira é de 6 a 7 mortes por 100 mil habitantes, bem abaixo da média mundial – entre 13 e 14 mortes por 100 mil pessoas. Mas o que preocupa é que, enquanto a média mundial permanece estável, esse número tem crescido no Brasil. E a maior porcentagem de suicídios é registrada entre jovens. 

13 – Existem profissionais e pessoas dispostas a ajudar, como os membros do Centro de Valorização da Vida (CVV), o grupo de Apoio a Perdas Irreparáveis e a instituição Vita Alere.

A lista foi elaborada de acordo com a cartilha Falando Abertamente Sobre Suicídio, elaborada pelo CVV, além de informações da Organização Mundial da Saúde e da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio. Quem deseja buscar ajuda no Espírito Santo pode entrar em contato com o CVV pelo telefone 141 ou com a rede de Apoio à Perdas Irreparáveis (API), que atua há mais de 10 anos em Vitória, pelo telefone 3225 1776