A escassez de água que tem assustado o Sudeste não é novidade. Em tempos de falta de água e racionamento é cada vez mais premente que todos contribuam para evitar o desperdício. Mas segundo o Conselho de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), 35% da água é desperdiçada ainda durante sua captação, tratamento e distribuição.
Em São Paulo, a SABESP perde 31,2% da água tratada por falhas na rede, canos furados, falta de manutenção, manilhas estouradas. A Cedae, no Rio, tem perdas na casa de 50%.
Para o Engenheiro Civil Jaime Veiga, o Governo também deve tomar providências em relação ao desperdício. “Não adianta punir o cidadão que lava seu carro, quando a agência de água e esgoto desperdiça 1/3 do que distribui. O Governo também tem que fazer o seu dever de casa”, diz Veiga.
Ele explica que um mapa de manutenção e operação seguido rigorosamente reduz substancialmente as perdas. “Para se ter uma ideia, a indústria, que responsável por 22% do consumo total de água, tem baixo desperdício. Isso porque, como pesa no bolso, o setor tem maior controle de seus processos e age imediatamente quando há perdas”, conclui.
Políticas de Estado
Para o Engenheiro Agrônomo Helder Carnielli, é fundamental se estabelecer uma Política de Estado estratégica com ações que priorizem a produção, reservamento e reuso dos recursos hídricos, na agricultura, indústria e serviços. “É necessário um cadastro dos usuários local e ampliado, tantos da área agrícola, quanto da indústria e de serviços. O que se tem hoje é mínimo ou nulo diante a necessidade. As ações devem se basear nesses dados e serem utilizadas de forma estratégica, em um Plano de Recursos Hídricos, e em conjunto por secretarias como de Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento”, conta.