O primeiro encontro sobre os direitos e garantias dos idosos em Guarapari, organizado pelo 4ª Subseção da OAB-ES em parceria com o Clube da Amizade, aconteceu na última quinta-feira (26) no auditório do Siribeira Iate Clube. O evento contou com a palestra da advogada especializada em práticas colaborativas e membra da Comissão de Direito da Família e Sucessões da OAB de Vitória, Dra. Sândala Almonfrey e a presença da Dra. Elizabeth Haddad, defensora pública aposentada e membra do Clube da Amizade.
De acordo com a Dra. Mônica Goulart, presidente da 4ª Subseção da OAB/ES, o encontro foi importante para tratar de um assunto muitas vezes esquecido pela sociedade e pelo poder público. “Temos conhecimento que existem políticas públicas voltadas para os direitos e garantias dos idosos, contudo o sistema ainda é falho e não acessível o que inviabiliza a concretização destes direitos. E a 4ª Subseçao da OAB/ES sensível ao tema constituiu no início da gestão a Comissão de Direto das Famílias e Sucessões, que tem como uma das finalidades debater o tema com a sociedade e o poder público. Não podemos deixar que aqueles que foram o início de tudo ficarem desamparados nesta fase de suas vidas”.
Sobre o início da militância na área, a palestrante Dra. Sândala contou que aconteceu após observar a necessidade das pessoas da terceira idade, que estão em instituições a um longo tempo, de conseguirem mais apoio e carinho. “Trabalhamos com essa possibilidade dos idosos terem um retorno e para isso analisamos uma possível adoção desses idosos pelos mais jovens. Já temos dois casos de pessoas mais novas que querem adotar no Brasil”, relatou.
Não queremos que esses idosos cheguem à depressão, continuou a advogada. “Eles precisam de dignidade, companheirismo, afeto e amor, não de isolamento”, reforçou a palestrante que fez questão de chamar atenção para as presenças da mãe e da avó no encontro e de agradecê-las por serem base e referência de caráter e personalidade que hoje possui.
“Mesmo que eu não tivesse condições financeiras de cuidar das duas, não teria coragem de abandoná-las. Procuraria meios, como prefeitura e assistência social municipal, por exemplo. Não colocaria em uma instituição e não voltaria mais”.
Também presente no evento, a sempre atuante Dra. Elizabeth Haddad acredita que essa discussão é séria e necessária. “É um momento importantíssimo a abertura dessa porta pela OAB para debater a respeito dos direitos dos idosos, porque além deles serem esquecidos pela sociedade também tem um desampara natural da legislação. E essa conversa vem para pedir que a sociedade vigie os direitos das pessoas da terceira idade para que possam ter saúde, educação e uma vida social dignas. Por isso apoiamos e abraçamos a causa”, enfatizou.