“A dor continua”. Essa é o sentimento de Regiane Silva, mãe do DJ e produtor musical Thiago Crei encontrado morto há quase dois meses, em Vila Velha. Em entrevista ao programa Fala Espírito Santo, da TV Vitória/Record TV, ela contou que soube da prisão do suspeito de matar o filho pelas redes sociais.
A família, no entanto, afirma que o sentimento não é de felicidade. “É difícil de expressar, porque a dor continua, o sofrimento continua. Para onde o meu filho foi, de lá ele nunca mais vai sair. Ele morreu, a vida acabou, acabaram com a vida dele”, disse Regiane.
“Agora eu recebo a notícia que um jovem de apenas 21 anos veio acabar com a vida do meu filho, mas o meu coração de mãe não me engana, e eu sei que ainda existem pessoas por trás desse crime”, complementou.
Apesar da fala da mãe, as investigações da polícia descartam a participação de outras pessoas no crime.
Regiane afirmou que justiça pela morte do filho apenas começou a ser feita. “Existe um Deus, poderoso, que assiste tudo, com todos os detalhes, e esse Deus me prometeu justiça. A justiça apenas começou”, desabafou.
A mãe do rapaz agradeceu aos policiais que investigaram o crime e prenderam o suspeito. “Vamos continuar pedindo respostas”, frisou.
Relembre o caso
O DJ e produtor musical foi encontrado morto em uma região de mata há quase dois meses, na manhã de 10 de maio. O corpo do rapaz foi localizado por uma mulher que caminhava pelo bairro Ataíde. Ela acionou a polícia.
Os peritos identificaram que o rapaz foi morto com facadas em todas as partes do corpo, inclusive no rosto. Ao todo, foram mais de 12 golpes. No bolso da bermuda, os policiais encontraram cerca de R$ 1 mil em dinheiro.
Equipes da Polícia Militar e investigadores e peritos da Polícia Civil estiveram no local. O corpo foi recolhido e levado para o Departamento Médico Legal, em Vitória.
As marcas de sangue no asfalto próximo ao local onde o corpo foi encontrado, segundo a polícia, indicam que o rapaz foi arrastado, depois de ferido, para o matagal. Thiago não estava com os documentos quando foi encontrado. O DJ foi identificado pelas tatuagens no peito.
Confissão
O suspeito de 21 anos confessou o assassinato cometido em maio, no bairro Ataíde, em Vila Velha, e chorou no momento da prisão. Segundo informações da Polícia Civil, divulgada em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (28), o jovem não tinha passagens criminais.
Segundo o delegado Souki, no dia seguinte ao crime uma equipe esteve na casa da vítima, onde foi feita uma análise no computador do produtor musical.
Ao serem lidas as conversas no aplicativo Instagram, a polícia percebeu que havia um diálogo com um perfil que já havia sido apagado. Nas mensagens, havia um encontro marcado.
O teor da conversa que ainda estava registrada era “Vem aqui em casa, me busca, pergunta a fulano onde eu moro. Vem que vai dar bom”. Thiago Silva dos Santos, de 28 anos, foi então ao local combinado, na noite de 9 de maio, e acabou perdendo a vida.
Após o assassinato, segundo contou a polícia em coletiva, o suspeito fugiu levando o carro do DJ capixaba. Filmagens obtidas durante as investigações mostram o suspeito deixando o carro em um ponto e voltando a pé.
De acordo com o delegado, a polícia descartou participação de uma segunda pessoa e acredita que o crime não tenha sido premeditado, já que a faca estava no carro da vítima. Marcas de sangue encontradas no asfalto confirmam a versão do suspeito de que Thiago correu ferido em direção ao matagal.
Para encontrar o suspeito, foi feita uma busca no sistema, em que foi encontrado o nome e o endereço dele. Já na residência dele, o rapaz foi preso e confessou o crime, dizendo que já esperava ser preso, por ter sido um crime de grande repercussão. Por fim, foi autuado por homicídio qualificado e levado ao Centro de Triagem de Viana.
Motivação
A motivação do crime que tirou a vida do DJ capixaba e produtor musical Thiago Crei, ainda em maio, já é conhecida. O suspeito, de 21 anos, contou que a razão das facadas foi uma discussão que os dois amigos tiveram no carro, por causa de uma gravação de vídeo íntimo. A polícia até agora não encontrou o aparelho e o suspeito afirmou que jogou o celular de Thiago em um valão.
O registro teria causado insatisfação no jovem, que acabou achando uma faca e golpeando a vítima. Os dois entraram em luta corporal, sendo que o suspeito chegou a ser ferido na perna. Thiago saiu do carro, foi perseguido, se jogou no mato e acabou morrendo. Os dois teriam feito uso de drogas no veículo.