Computador, Internet, smartphone, tablet… O mundo sofreu nos últimos 20 anos suas principais mudanças tecnológicas e transformou a rotina de muita gente, principalmente de quem está dentro da sala de aula. Se antes, para fazer um trabalho, era preciso se debruçar sobre livros e mais livros daquelas enciclopédias – que custavam uma pequena fortuna -, hoje basta um clique no “tio” Google para se deparar com o trabalho ali, quase que pronto.
Diante de um mundo com as tecnologias na palma das mãos, de informação rápida, fácil e acessível, quais têm sido as principais dificuldades dos alunos hoje em dia? Fazer pesquisa? Se desligar das tecnologias? Ter concentração?
Para Maria Bernadette Nardoto Lucrécio, supervisora do Ensino Médio do Colégio Renovação, tanta informação às vezes desinforma o aluno. “Pelo fato de o aluno ter tudo de imediato, ele acaba criando um imediatismo de conhecimento. Para que ele vai ler um livro, um jornal, se ele encontra tudo muito mais rápido na internet? Por isso, os alunos precisam se conscientizar de que eles ainda não têm maturidade para usar tanta tecnologia para o ensino. A internet possui excelentes materiais, mas é preciso cuidado”.
A especialista alerta ainda para outro perigo da grande rede: o conhecimento superficial. “A partir do momento que ele encontra pronto, não vai desenvolver sua interpretação. Antes, era preciso ler e depois colocar com suas palavras no trabalho o que entendeu daquilo. Hoje é o famoso ‘control C e control V’. Muitas vezes o aluno nem lê o que está pesquisando”.
Nesse ponto, é fundamental a participação dos pais para orientar o filho na hora de fazer o trabalho e evitar o plágio. É importante desenvolver no adolescente o gosto pela leitura e pelo entendimento do que aquele assunto aborda.
O fato é que esse assunto ainda não tem um ponto final, a discussão é ampla e envolve tanto os pontos positivos quanto os negativos do uso da internet. “Usar a internet é uma coisa que você não pode impedir porque o mundo está aí cheio de tecnologia. Ao mesmo tempo, você não pode deixar que eles usem à vontade, senão vão acabar usando o celular ou o computador para algo que não é pedagógico”, ressalta Bernadette.
