Somos capazes de nos entristecer ou de nos horrorizar frente a um grave acidente de trânsito, como aquele que tirou a vida de dois jovens e deixou outros quatro hospitalizados em estado grave, na sexta-feira passada (17), em Vitória.
Mas parece que a dor e até mesmo a empatia por familiares e amigos de vítimas não têm sido suficientes para uma mudança brusca de comportamento, de todos nós.
Acidentes de trânsito são um problema de saúde pública. Não podem e não devem ser banalizados.
Campanhas informativas e educacionais precisam ser intensificadas com o objetivo de conscientizar o motorista da responsabilidade ao dirigir.
Em 90% dos acidentes, a falta de atenção e a imprudência são as principais causas.
No Espírito Santo, segundo dados do Observatório da Segurança Pública, de janeiro a novembro deste ano, 697 pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito, o que equivale a duas mortes por dia.
Também é preciso mais atenção nas ações punitivas. Há enorme dificuldade de enquadrar como homicídio doloso, ou seja, quando há a intenção de matar, os motoristas embriagados que provocaram acidentes fatais.
O Brasil ocupa a quinta posição entre os países com o maior número de vítimas. Os dados são da Organização Mundial de Saúde coletados em 2019, ou seja, antes da pandemia de Covid-19, quando o número de pessoas nas ruas diminuiu.
Agora, com o maior controle da pandemia e a chegada do final do ano, a circulação aumenta. Portanto, não há tempo para esperar, porque neste caso, perder tempo é perder mais Vidas.