As ações das Forças Armadas no Rio de Janeiro, anunciadas nesta semana pelo governo federal, serão feitas de surpresa, sem aviso prévio. A informação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann.
“Vamos atuar com efeito surpresa, então todas as informações são sigilosas. O conceito dessa operação não é a clássica GLO [Garantia da Lei e da Ordem]”, disse o ministro à Agência Brasil.
Na última quinta-feira (21), o governo anunciou que as Forças Armadas serão acionadas na cidade em função do Plano Nacional de Segurança, fase Rio de Janeiro, que irá até o fim de 2018. De acordo com Jungmann, as tropas poderão ser usadas quando houver necessidade.
Nos próximos dias, será montado no Rio de Janeiro um gabinete de inteligência, no qual oficiais graduados do Exército, Marinha e Aeronáutica trabalharão em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com a Polícia federal e outros órgãos de segurança pública estaduais e municipais. Segundo o Ministério da Defesa, o objetivo é colher informações e dar comandos baseados nos dados obtidos.
As Forças Armadas irão reforçar a segurança no Rio, que vive um aumento dos casos de violência, assustando a população. Nas últimas semanas, por exemplo, a Linha Vermelha, uma das principais vias da cidade, foi alvo de diversos tiroteios entre policiais e criminosos, obrigando os motoristas a deixarem os carros na via e se agacharem do lado de fora para não serem atingidos.
A violência tem afetado a rotina das escolas na capital fluminense. Dos 105 dias de aula no período letivo, apenas oito transcorreram normalmente em todas as escolas da cidade, sem serem interrompidos pela violência. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, somente neste ano, uma em cada quatro escola teve que fechar durante determinados períodos ou foi forçada a interromper as aulas por causa dos tiroteios ou outros tipos de confrontos. Em abril, a secretaria informou que cerca de 70 mil alunos tinham ficado sem aula pelo menos um dia desde o início do ano letivo de 2017, em 2 de fevereiro.