Depois de ter admitido possuir mais de 10 autuações por infração de trânsito ao longo do período que possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), Fabiano Contarato, usou a sua página pessoal em uma rede social para comentar o caso.
Logo no início da mensagem, o diretor afirmou não ter nenhuma restrição ou multa na CNH. Durante o texto, o diretor diz que o vazamento de dados constitui violação de privacidade.
Segundo ele, a intenção de quem divulgou a informação é de denegrir a sua imagem profissional. As informações do prontuário do condutor vazaram na última segunda-feira (11).
Contarato disse ainda que o número de infrações refere-se ao período de 23 anos em que possui permissão para conduzir veículos. As multas não somam 20 pontos e, por isso, a habilitação não foi suspensa.
Para ele, a revelação de informações sobre suas infrações de trânsito é fruto do incômodo que algumas de suas administrativas têm causado. O diretor declarou ainda nunca ter dirigido embriagado e que nunca teve a carteira cassada, suspensa ou cancelada.
Contarato, que já atuou como delegado especializado em Delitos de Trânsito na Polícia Civil – cargo que ocupou antes da direção-geral do Detran –, terminou o texto afirmando que continuará com o seu trabalho.
Leia mensagem
“Aos meus seguidores esclareço que não tenho nenhuma restrição/ multa em minha CNH. E mesmo se tivesse não teria cometido crime algum, pois a lei estabelece um limite de infração de até 20 pontos por ano. Mas, confesso que seria hipocrisia da minha parte dizer que desde quando me tornei motorista em 1992 não recebi nenhuma multa.
Grave não é uma pessoa receber multas em 23 anos de habilitação, grave é a farra com o dinheiro público que tenho coibido veemente como gestor. Grave é o vazamento de dados pessoais (que eu mesmo não tenho acesso) e que constitui violação de privacidade da qual fui vítima.
Esse tipo de informação além de expor a minha intimidade desnecessariamente, tem o intuito torpe de arranhar a minha imagem profissional. Gerando descredito junto à população, mas isso não me intimida. Considero até natural, você acaba incomodando muita gente quando trabalha de maneira correta.
Isso não me abala, pelo contrário, me dá novo ânimo para continuar defendendo meu trabalho com seriedade e pulso firme, como sempre fiz.
E outra, para quem acha que minhas ações estão miradas no retrovisor, fica o recado: Perseguição política não me assusta, trabalho em favor do cidadão e em defesa da lei, a qual eu mesmo estou sujeito.
Informações tendenciosas e a maledicências de algumas pessoas, incomodadas com as ações administrativas que tomei, não vão me paralisar. Não adianta mudar o foco da questão: a tolerância é zero com a impunidade, com o abuso de álcool e sua associação perigosa ao volante. No entanto, gostaria de frisar que nunca tive a carteira cassada, suspensa ou cancelada. E como disse não há pontos computados em minha CNH.
Mas, admito que seria muita hipocrisia da minha parte, me colocar acima do bem e do mal e dizer que nunca tomei multa. Qualquer cidadão/condutor está sujeito a cometer infrações de trânsito, o que não admito é que eu seja execrado por isso. Vale frisar que: nunca dirigi alcoolizado, nunca fiquei detido em uma blitz, nunca atropelei e muito menos matei alguém no trânsito. Se a intenção é me intimidar, ao tentar denegrir minha imagem, a investida é vã. Isso por que, para mim e me valendo de Drummond: “As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter”.
Resgatar possíveis multas, que tive ao longo de duas décadas como motorista, visando assim manchar minha honra, além de ser maldoso é uma inverdade. Tanto que o filósofo inglês Hobbes já dizia que: “O homem é mal por natureza”. Ou seja, ninguém tem nada a dizer quanto a minha postura ética, ela é ilibada.
Sendo assim, estou totalmente tranquilo quanto a isso. Não sou o vilão dessa história, estou a serviço da sociedade, lutando para defender a lei e principalmente, a vida. Quem me conhece sabe, sempre pautei minha conduta profissional, por esse viés e assim continuarei: sem meias verdades e com toda a transparência, até por que não tenho nada a esconder. Doa a quem doer, custe o que custar!”.