No primeiro dia em que foi para a escola, Melina Franco, hoje com um ano e sete meses, chorou tanto que sua mãe, Monica Vieira, não teve outra opção a não ser ficar na escolinha com ela. Foi assim nos primeiros dias, mas foi uma questão de tempo para ela se adaptar à nova rotina e aos novos amigos. Hoje, dois meses após começar sua vida escolar, Melina já sabe até os nomes dos outros alunos e adora a “tia Ana”.
Adaptação é a melhor palavra para definir os primeiros dias na escola, tanto para pais quanto para os filhos, afinal, é um ambiente novo, diferente e desconhecido para as crianças, e os adultos ficam com a ansiedade e o medo da reação dos pequenos.
A partir de agora, o seu filho vai passar algumas horas por dia longe de você, na companhia de adultos e crianças que até ontem ele não conhecia e – como em quase tudo na vida – a comunicação é a chave para o sucesso. É importante explicar para ele exatamente o que está acontecendo: ele vai para a escola, vai ter uma professora e amiguinhos novos, e, principalmente, ele vai gostar disso.
Confiança
Para que seu filho se sinta bem na escola, você precisa confiar nela também. Quando o seu jeito de pensar é parecido com o do local, a adaptação da criança tende a ser mais tranquila. Conheça a linha pedagógica da escola, os valores, os brinquedos, tente compreender ao máximo o projeto pedagógico para ter certeza de que eles podem cuidar da educação do seu filho. Converse e tire todas as dúvidas com a escola, não deixe passar nenhum detalhe.
Conhecer outros pais que estão passando pelo mesmo momento e compartilhar as angústias pode ajudar a adaptação dos pais. Pessoas que têm filhos mais velhos podem contar como passaram por essa fase com sucesso.
A tática adotada por Monica com a Melina também é importante. A companhia do pai ou da mãe no início da adaptação é fundamental e vai fazer com que a criança se sinta segura para ficar na escola sem dramas. Por fim, apresente a escola e os materiais para seu filho. “Os pais devem deixar as crianças terem contato com livros, papéis e lápis, entre outros materiais, para ir despertando o gosto pelas coisas da escola”, afirma a pedagoga Rosiane Sanches Borges.
E pais, uma dica importante: é muito comum vocês se sentirem culpados por se separarem do filho, independente do motivo que os levou a matriculá-lo na escola. Trabalhar fora ou se esforçar para a criança aumentar seu ciclo social não é um mal que você está fazendo a ela, pelo contrário. “O desenvolvimento psicosocial é fundamental e ele só é possível covivendo com outras crianças, brincando”, explica o Mestre em Educação e Avaliação de Sistemas Educacionais Edebrande Cavalieri. Lembre-se disso sempre!