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Advogado morto a tiros foi garçom para pagar faculdade

Edson Faria dos Santos atuava no Direito Criminal há quatro anos e havia recentemente alugado uma sala comercial em Cariacica

Foto: Reprodução redes sociais

O advogado criminalista Edson Faria dos Santos trabalhou de garçom e churrasqueiro antes de se formar em Direito numa faculdade particular

O advogado criminalista Edson Faria dos Santos, de 38 anos, morto com mais de 10 tiros na noite de sábado (05), em frente ao condomínio onde morava, no bairro Nova América, em Vila Velha, trabalhou de garçom e churrasqueiro antes de se formar em Direito. 

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Ele estudava numa faculdade particular e trabalhava servindo mesas e auxiliando em festas, em cerimoniais e eventos. Foi no trabalho, inclusive, que conheceu a cozinheira Aparecida Oliveira, 46 anos, que na época trabalhava de copeira. O casamento durou 13 anos.  

“Ele era um homem dedicado e muito trabalhador. Estava realizando uma etapa de seu sonho pois, no mês passado, tinha acabado de alugar um escritório em Campo Grande, em Cariacica”, contou. 

Santos advogava na área criminal há quatro anos. Sua meta era ser delegado da Polícia Civil. A viúva lembra que, por causa disso, a rotina do marido era só dedicação ao trabalho e concentração nos estudos em casa. Era mais caseiro, não costumava sair, participava mais de eventos familiares. 

O casal morava no bairro há 16 anos. O advogado era conhecido e querido pelos vizinhos. Eles não tinham filhos, mas Santos ajudava a cuidar do neto de Aparecida, um garoto de 12 anos. “Ele está completamente desolado, era muito apegado ao Edson”, lamenta. 

A cozinheira disse que o que fica do marido é a garra de um homem trabalhador. “Um homem que batalhou a vida toda e ficou marcado como um bom marido, um bom filho, uma pessoa que passou fazendo o bem”, destaca.

O crime

Segundo a polícia, Edson Faria dos Santos foi morto com mais de dez tiros, dentro da área do condomínio onde morava no bairro Nova América, em Vila Velha.

Aparecida diz que a família está assustada porque o marido não tinha histórico de brigas ou conflitos. “Ele não tinha inimizades com ninguém e também não tinha problemas relacionados aos processos e clientes dele”, relembra. 

Segundo a cozinheira, no último sábado (05), eles voltaram de uma visita à sogra de Santos. “Um barbeiro veio cortar o cabelo do Edson aqui em casa. Foi então que chamaram ele. Ele foi atender a dois rapazes. Nessa hora, eu ouvi muitos disparos no prédio. Corri e vi meu marido morto no pátio do condomínio. Ele foi vítima de emboscada, morreu em casa”, acredita. 

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“O desejo da família é que se faça justiça. Mesmo com muito sofrimento e totalmente abalada, estou atendendo a toda imprensa porque sei que os jornalistas são vigilantes e atentos ao trabalho das forças de segurança. A polícia precisa investigar, precisa descobrir os assassinos e a motivação pois ele não tinha problemas com ninguém”, reforça. 

Segundo a Polícia Militar, com a vítima foram encontrados dois carregadores de pistola. O advogado, segundo informações da polícia, possuía registro da arma de fogo, que pode ter sido levada pelos criminosos.

Ainda de acordo com os agentes, os suspeitos vestiam camisas de time de futebol e fugiram no sentido Cobilândia, também em Vila Velha.

A Polícia Civil informou que até o momento nenhum suspeito foi preso.

O advogado Taylon Gigante, que representa a família de Edson Santos e atua como assistente de acusação, divulgou nota sobre o caso. 

“É uma perda irreperável. Foi um grande ser humano, pai e profissional. Espera-se uma resposta rápida das autoridades competentes, para que os culpados sejam identificados e punidos exemplarmente”, registrou.