Casamento. A palavra, que significa união, é lembrada pelos locais tradicionais, como uma igreja. Mas o casal Adriano da Rocha Verly, 28, e Fabiana do Nascimento, 40, quebrou paradigmas ao escolher o Cemitério Central de São Mateus para a celebração das fotos da união que aconteceu no último 1º setembro.
Para a maioria, o local da escolha das fotos é considerado inusitado, já que culturalmente cemitérios são associados a morte e a “energias ruins”. Mas para o casal, o local é o fruto de trabalho, isso porque, ela é coveira e ele agente funerário.
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Em entrevista ao Folha Vitória, a coveira Fabiana do Nascimento, de 40 anos, conta que conheceu o noivo no intervalo entre dois velórios realizados no local. Ela, que já tinha dois filhos, sendo um deles também coveiro, de 20 anos, não imaginava que o destino fosse trazer uma surpresa tão boa.
“Foi uma situação engraçada, eu já tinha dois filhos, quando acabei conhecendo ele. Ele me passou o contato, começamos a conversar, trocar cantadas e assim começou a nossa história”, lembra Fabiana.
A ideia de fazer a sessão de fotos no cemitério também foi da noiva, que já tinha o costume de fazer isso com os filhos. “Eu sempre tirava fotos no cemitério com meus filhos pequenos. Gosto muito daqui, me transmite muita paz”, conta.
Ainda segundo Fabiana, o local transmite tanta paz e beleza que ela queria ter se casado no cemitério. “Mas o Adriano não concordou (risos), apenas as fotos, mas isso foi o mais importante”, lembra.
A união dos dois foi oficializada no dia 1º de setembro e, para fechar com “chave de ouro”, ambos seguiram para o cemitério registrar o momento especial com as fotos.
“Eu sabia que haveria críticas, mas a gente queria transmitir respeito e classe, além de tirar a associação de cemitério com morte e filmes de terror”, diz o noivo Adriano.
Fotógrafa de casamentos conta como foi seu primeiro ensaio em um cemitério
Surpresa e animada com a repercussão das fotos, a fotógrafa carioca Monique Lemos diz que o pedido de ensaio surpreendeu de uma forma positiva quando foi procurada pelo casal.
“Quando recebi o pedido de imediato imaginei em algo mais voltado para o aterrorizante e até mesmo ‘macabro’. Mas eles logo explicaram a profissão, como se conheceram e topei fazer as fotos”, narra a fotógrafa.
Durante as fotos, a profissional diz que preferiu explorar o local, a luz e também trazer o cenário para uma “pegada mais romântica”.
As fotos foram realizadas no local imediatamente após o casamento acontecer no cartório, o que levou a um grande sucesso.
“De imadiato eu não sabia que teria tanta repercurssão, pensava que seria apenas um casal para eternizar. Mas tivemos muitos comentários positivos, uma repercursão muito boa”, finaliza.
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