As festas juninas, que acabam se estendendo a julho e agosto no Espírito Santo, permanecem firmes e fortes. E uma prática corriqueira e visualmente atraente é a de soltar balão. Apesar disso, a brincadeira pode trazer sérios riscos, em especial, ambientais.
Para explicar o assunto, a reportagem do Folha Vitória conversou com o tenente Alan Rosa Francisco, do Corpo de Bombeiros Militar. De início, ele ressaltou que a própria lei proíbe a prática, com fundamento no artigo 42 da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
“Hoje não é permitido soltar balões, principalmente desse tipo de São João. Há proibição legal que diz: ‘Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios em florestas e demais formas de vegetação, nas áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: pena de detenção ou multa’. Esta multa pode chegar a R$ 10 mil e pode ser cumulativa com a detenção”, relatou o bombeiro.
De acordo com o tenente, a preocupação com os riscos de soltar balão não é de hoje, em decorrência do risco de incêndio. “E alguns balões têm uma cangalha de fogos de artifício instalada na base. E quando isso vem a cair perto das pessoas, pode provocar incêndio ou estourar”, contou.
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Entenda o funcionamento
Alan também explicou o funcionamento do balão. Confira:
1. O balão funciona basicamente com a tocha, que o alimenta;
2. Essa tocha, para se manter acesa, precisa de oxigênio;
3. A partir do momento em que vai atingindo grandes altitudes, o nível de oxigênio vai caindo e a tocha vai apagando, o que faz com que o balão comece a cair;
4. Essa tocha geralmente é feita de pano, envolvida com parafina. Ela apaga e o balão cai e provoca incêndios.
Apesar de todos os cuidados recomendados, com relação a ocorrências com balões neste ano, em Vitória, Alan disse que não houve registros.
“É algo que é sazonal e que não tem muita incidência aqui na Capital. Mas ano passado houve um caso famoso em Cariacica, em que um balão caiu em cima de uma casa e dos fios de energia”, finalizou.
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