Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que cerca de 70% dos municípios do Espírito Santo sofreram com alagamentos no ano passado. Ao todo, foram 55 cidades afetadas pelo problema. Desse total, mais da metade teve também deslizamento de terra.
Além disso, 34 municípios sofreram com o outro extremo: o da seca. De acordo com o levantamento, 28 cidades tiveram perda ou redução da produção agrícola por causa da falta de água.
“Nós começamos a implementar um programa importante, chamado Pró-bacias. São ações de conservação de solo, de recomposição florestal, principalmente nas áreas de recarga hídrica, e naquelas áreas próximas às nascentes, e também de saneamento rural”, frisou o diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert.
O levantamento do IBGE mostra a urgência de estados e municípios se planejarem melhor para enfrentar os fenômenos climáticos. No entanto, nem todos os municípios possuem um plano de ação para essas situações.
Na central de comando da Defesa Civil Estadual, uma simulação relembra uma das chuvas mais devastadoras do estado, em Iconha, em janeiro do ano passado.
“A gente tem 20 agentes de Estado aqui, trabalhando simultaneamente. A gente escolhe para colocar na tela aquilo que é importante para o desastre. Por exemplo, os objetivos estratégicos, situação de ventos, informações meteorológicas. Também temos informações de desabrigados e desalojados, feridos, pessoas desaparecidas, óbitos já confirmados. Ao lado, um extrato do nosso release, com as informações todas relacionadas com desastres. E, na última tela, informações dos nossos pluviômetros, com a taxa de precipitação nas últimas 24 horas, que também nos interessa para monitorar a situação de desastre”, explicou o chefe do Departamento de Integração da Defesa Civil estadual, major Fábio Maurício Rodrigues Pereira.
Plano de ação nas cidades da Grande Vitória
As prefeituras dos principais municípios da Grande Vitória informaram que têm planos de ação para períodos climáticos adversos.
A Prefeitura de Vitória informou que realiza obras de macrodrenagem e contenção de encostas.
Em Cariacica, a prefeitura informou que faz trabalho de limpeza nos canais e valões da cidade. Somente neste ano, mais de 310 mil toneladas de lixo foram retirados.
Em Viana, um plano de investimentos em macrodrenagem é feito em parceria com o governo do estado.
Guarapari informou que faz o monitoramento de áreas de riscos.
Em Fundão, os moradores que estão em áreas de risco são monitorados constantemente, segundo a prefeitura.
A Defesa Civil da Serra informou que, para evitar grandes danos em desastres naturais, realiza compartilhamento de alerta, acolhimento das famílias e mapeamento das áreas de risco. Já a Secretaria de Obras relata que existem mais de 140 encostas na cidade e diversas contam com projeto para contenção.
Em Vila Velha, a prevenção a desastres naturais será tema em sala de aula. “Esse projeto visa desenvolver, junto aos alunos e professores, a percepção de risco. Risco que a maioria desses estudantes estão inseridos por morar em regiões de risco geológico do município. Essas áreas de risco geológico estão todas mapeadas em nosso plano municipal de redução de risco”, frisou o coordenador da Defesa Civil de Vila Velha, coronel Marcelo D’isep.
Com essas ações, espera-se que a estação mais chuvosa de todos os anos não cause estragos cada vez maiores.
Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV