Um estudante de 11 anos, morador do bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, foi premiado com medalhas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, por conseguir identificar 10 asteroides, a partir de imagens captadas por telescópio.
Além disso, João Emanuel Coslop Camporez recebeu, na ocasião, um certificado por contribuição em uma plataforma que permite ao público ajudar astrônomos a identificar formações de novas galáxias.
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A premiação faz parte do programa Caça Asteroides, do governo federal, e ocorreu no último dia 20, durante a 20ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ao todo, mais de 300 estudantes e professores de todo o país foram premiados durante o evento.
Elaine Coslop, mãe de João Emanuel, explica que os asteroides descobertos pelo filho foram vistos a partir de imagens disponibilizadas pelo Iasc, uma instituição norte-americana de colaboração internacional de pesquisa astronômica.
“Eles disponibilizam um sistema para análise de imagens feitas por telescópios do Havaí. As imagens desses 10 asteroides que ele detectou agora serão analisados pela Nasa, dentro de um período de um a cinco anos”, contou.
Garoto coleciona quase 20 premiações nacionais e internacionais
A medalha recebida na última semana não é novidade para o menino, que é aluno do 5º ano do Sesc Vila Velha. Segundo a mãe, ele já recebeu 19 premiações em olimpíadas nacionais e internacionais, nas áreas de matemática, física e astronomia.
Em agosto deste ano, João recebeu uma premiação do International Star Kids Awards 2023, um reconhecimento mundial concedido a crianças com habilidades excepcionais. Ele foi apontado como uma das crianças mais brilhantes do mundo e como prodígio na área educacional.
Entre as premiações recebidas por João estão a OBA Astronomia 2023 (ouro), Canguru 2023 (prata), Celestia de Astronomia 2023 (ouro), Copernius Internacional Ciências 2023 (bronze), Copernius Matemática Internacional 2023 (prata), OBFM Matemática Financeira 2023 (menção honrosa), Internacional Astronomo and Astrophysics Competition, Mandacaru (classificado para a final), OBSAT Olimpíada MCTI Satélite 2023 (ouro), GJMAT Internacional Matemática (menção honrosa) e Mandacaru Matemática 2023 (prata).
Paixão pela ciência
A paixão pela ciência, segundo a mãe, veio desde os primeiros anos de vida.
“De 1 para 2 anos, ele já sabia escrever as letras do alfabeto e os números. Para o aniversário de 3 anos, ele escolheu o tema letras e números. E como ele é muito inteligente e tem interesse nessas áreas, começamos a oferecer para ele livros e outros materiais, para incentivá-lo. Ele mesmo pediu para sair do futebol para entrar em um curso de matemática”.
Desde o ano passado, João Emanuel faz parte do clube de ciências criado pela astrônoma mirim Nicole Oliveira Semião. Nesse clube, ele tem acesso a cursos de astronomia e de robótica espacial.
A inteligência acima da média, segundo a mãe, faz toda a diferença no desempenho escolar de João. Elaine conta que, mesmo não estudando muito para as provas, ele só tira notas altas.
“Só tira nove, nove e meio e dez. E uma hora de estudo para ele já é muito. Mas ele absorve o conteúdo com muita facilidade. Ele pode não estar olhando para você, mas ele está entendendo tudo o que você fala. Quando ele vai participar de olimpíadas, eu só imprimo provas das edições anteriores e, para ele, já é o suficiente”, relata a mãe do menino, que quando crescer pretende ser engenheiro aeroespacial.
Mas engana-se quem acha que o garoto vive apenas olhando números, fórmulas matemáticas, sistemas solares e afins. A mãe garante que João é uma criança muito ativa nos esportes e também ama brincar.
“Ele faz aulas de taekwondo e também gosta muito de jogar futebol, andar de skate, patins, jogar vídeo game. Também ama viajar e ouvir música. A gente sempre procura proporcionar uma distração para ele nos fins de semana, para haver um equilíbrio”.
Projeto de astronomia em locais públicos
Além disso, o menino tem desenvolvido uma veia empreendedora. Elaine conta que, em agosto, João iniciou um projeto próprio, de levar a astronomia para locais públicos, como praças, parques ou qualquer ambiente a céu aberto.
Trata-se do projeto Astronomia Para Todos (APT), em que o garoto leva dois telescópios para esses espaços públicos e permite que as pessoas observem o céu, de forma gratuita.
A mãe conta que a ideia surgiu depois que João ganhou de presente um telescópio.
“Ele teve a ideia de levá-lo para uma praça e deixar quem estivesse por perto olhar para o céu também. Então montamos um projeto, conversamos com amigos e conseguimos levantar recursos para comprar um segundo telescópio, além de camisetas e banners do projeto”.