A american bully XL é uma raça de cão estigmatizada no Reino Unido, principalmente após uma série de ataques recentes a pedestres.
A comoção contra os cachorros é tanta que talvez ser tutor de um deles se torne impossível no país nos próximos anos.
Após clamor popular, o primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou planos de banir a raça em todo o território britânico, e definiu os cães como “perigos para nossas comunidades”.
Apesar da má fama na Terra da Rainha, especialistas em comportamento canino afirmam que os american bullies não têm nada de carrascos. Pelo contrário, costumam ser dóceis e amigáveis com seres humanos.
“Dificilmente tem uma conduta agressiva. As características de comportamento dele não têm nada de agressividade, tanto é que a raça está inclusa no grupo de cães de companhia”, disse Livia Romeiro, veterinária especializada em linha de cuidado.
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Ainda que sejam amigáveis, os cães ainda precisam de pulso firme na hora do trato, como explica o comportamentalista e adestrador animal Fernando Lopes, que diz que o adestramento dos bichos deve começar quando ainda são filhotes.
“Esses são pets que precisam ser treinados e adestrados desde os primeiros meses de vida.” disse.
“Precisam de bastante liderança. Até, costumo dizer que não é uma raça para qualquer um. É um animal que necessita de atividade física, pelo seu porte, mas não é um bicho considerado como um cão de companhia”, acrescenta.
Ainda de acordo com adestrador, os cães têm instinto protetor e são conhecidos como verdadeiros guardiões. Antes de comprar ou adotar um animal como este, é necessário muito estudo e pesquisa.
Ele alerta que quem quiser ter o animal deve ter cuidados especiais. “Eles têm de ser castrados e também usar as normas de segurança existentes para raça, como usar uma guia curta e focinheira, principalmente quando for andar em parques”, afirmou.
O adestrador lembra ainda que houve um tempo em que o bully era conhecido por outro nome, pouco lisonjeiro: “pit monster”.
Segundo os especialistas, a raça surgiu nos Estados Unidos no início da década de 1990 e traz características de outros tipos de cães.
“Eles vêm do cruzamento da famosa raça pitbull terrier e outras raças. Muitos dizem que tem um pouco de buldogue inglês na mistura”, comenta Lopes.
O nome “bully”, como já era de se imaginar, vem de “valentão”, como explica a cuidadora, por se tratar de um cão bastante corpulento.
“Porque ele tem um aspecto de cachorro mais robusto, só que de tamanho menor.”
Ainda segundo Livia, a expectativa de vida de um cão como este é um pouco menor que das demais, cerca de 13 anos. Eles também são propensos a displasia coxofemoral e do cotovelo.
“Isso sempre se dá, por causa da redução de tamanho. Quanto menor, mais torto os ossos longos ficam. É como se as articulações não encaixassem direito, gerando a artrose e doenças degenerativas muito cedo”, ensina.
Ela também diz que alguns problemas de olhos e respiração também podem existir. “Alteração de palato mole, mas isso é caso a caso. Não é recorrente.”
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*Com informações do Portal R7