Geral

'Ano não será perdido, mas prejudicado', diz secretário sobre paralisação das aulas

Vitor De Angelo afirmou que o Espírito Santo possui um banco de horas privilegiado para atender a LDB, que estabelece o cumprimento de uma carga horária mínima anual de 800 horas de efetivo trabalho escolar

Foto: Hélio Filho/Secom

O secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, afirmou nesta terça-feira (14), durante coletiva de imprensa, que ainda é cedo para dizer que o letivo de 2020 será perdido em função da paralisação das aulas, provocada pela pandemia do novo coronavírus. As aulas estão suspensas desde o dia 17 de março e, pelo último decreto assinado pelo governador Renato Casagrande, devem continuar dessa forma pelo menos até o próximo dia 30.

O secretário, no entanto, admitiu que esse longo período sem atividades presenciais nas escolas, que deverá ser estendido por ainda mais tempo, causará uma série de prejuízos na educação neste ano, não só no Espírito Santo, mas nos demais estados brasileiros e em diversos outros países.

“O ano não será perdido, mas prejudicado. E não é só no Espírito Santo, é no mundo todo. Se você tem 95% de escolas fechadas na América Latina e no Caribe, isso tem um impacto, não só na aprendizagem, mas na alimentação e em outras coisas. Se há algo importante de a gente tirar como lição é o reconhecimento de que a escola — todos sabemos disso, mas nem sempre reconhecemos devidamente — é fundamental para uma série de coisas que estão para além da educação”, ressaltou.

O secretário afirmou ainda que o Espírito Santo possui um banco de horas privilegiado para atender a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que estabelece o cumprimento de uma carga horária mínima anual de 800 horas de efetivo trabalho escolar.

“O Espírito Santo não tem escolas com 800 horas. Nós já temos 916 horas, já temos o novo ensino médio com mais de mil horas. Então temos um estoque de horas que nós poderíamos consumir já para acertar o nosso calendário e cumprir as 800 horas. A gente, aqui no Espírito Santo, está numa posição, desse ponto de vista, ainda privilegiada por termos uma carga horária maior que a dos outros estados”, frisou.

“O que eu posso afirmar com segurança é que nós estamos plenamente a tempo de nos planejarmos para ainda cumprir a carga horária mínima estabelecida na LDB, no ano de 2020”, completou.

De Angelo destacou também algumas possibilidades que a Secretaria de Educação pode adotar para repor as aulas perdidas durante a pandemia e disse que a Sedu trabalha com diversos cenários para planejar a volta às aulas.

“A gente pode avançar [o ano letivo de 2020] para o ano seguinte, mas não é, a princípio, o nosso interesse, porque isso cria uma série de outras questões. Mas é possível fazer aulas aos sábados, é possível fazer atividades não presenciais, porém com a escola aberta, verificando essas atividades presencialmente depois”, ponderou.

“Já orientei a minha equipe a traçar cenários semanais. Se voltássemos no dia 4 de maio, na segunda-feira imediatamente após a vigência do último decreto do governador, como poderia ser a reposição? Se voltarmos uma semana depois, o que acontece? Então estamos traçando cenários semanais, para que, no momento da volta, a gente não comece essa discussão. A gente já volte apresentando e pactuando com quem tiver que pactuar as soluções a serem dada”, acrescentou.

Programa EscoLAR

Para minimizar as perdas dos estudante com a paralisação das aulas, o Governo do Estado anunciou, nesta terça-feira (14), o lançamento do Programa EscoLAR, que permite o acesso de alunos da rede estadual de ensino a atividades pedagógicas não presenciais durante a pandemia. O programa consiste na transmissão dos conteúdos por meio da TV aberta e na utilização da plataforma Google Sala de Aula, por meio do aplicativo “EscoLAR”, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação (Prodest).

As transmissões terão início na manhã desta quarta-feira (15), pelos canais 8.2, 8.3 e 8.4. As aulas serão exibidas às segundas, quartas e sextas-feiras. Haverá a reprise do conteúdo às terças, quintas-feiras e sábados. Já o aplicativo estará disponível no Google Play, a partir da próxima semana. A previsão é de que 240 mil alunos, além de professores e diretores sejam atingidos por esta ação.