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Anvisa visita Hemoes um mês após suspeita de bolsas de sangue contaminadas

De acordo com o hospital, as possíveis contaminações teriam sido provocadas por bactérias distintas e que as bolsas de sangue vieram de doadores diferentes

Anvisa visita Hemoes um mês após suspeita de bolsas de sangue contaminadas
A visita da Anvisa ao Hemoes acontece nesta segunda-feira Foto: Divulgação/Governo

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza uma visita ao Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemoes) nesta segunda-feira (8). A visita acontece um mês após a morte de uma mulher de 54 anos e a internação do aposentado João Balbino Souza, de 70 anos.

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Vitória, instaurou procedimento para investigar as possíveis contaminações em bolsas de sangue. A mulher que morreu recebeu o sangue no próprio hemocentro e o idoso, no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam).

De acordo com o hospital, as possíveis contaminações teriam sido provocadas por bactérias distintas e que as bolsas de sangue vieram de doadores diferentes. Além disso, ambas foram coletadas no Hemoes.

O protocolo de doações e transfusões determina que 100% das bolsas de sangue coletadas sejam examinadas. O objetivo é verificar a existência ou não de algum tipo de vírus, antes de serem disponibilizadas para pacientes. Como os casos envolvendo bactérias são bem mais raros, 15% do material coletado passa por uma análise para checar a presença delas.

Por meio de nota, a Sesa informou que a visita técnica da equipe da Anvisa ao Hemocentro faz parte do Protocolo de Investigação, assim como em qualquer área da Saúde.

As possíveis contaminações teriam sido provocadas por bactérias distintas Foto: Divulgação

Normas de segurança

Diante dos casos, algumas normas de segurança deverão ser reavaliadas. De acordo com a diretora-técnica do Hucam, Graça Gomes, para afastar o risco de uma nova contaminação, o estoque atual de sangue do hospital também deverá passar por novos testes.

“Estaremos fazendo, no nosso pequeno estoque, o nosso controle de qualidade e pesquisa de contaminação bacteriana, para minimizar ou zerar qualquer possível efeito para os nossos pacientes que estão internados no momento”, salientou.

Sobre a preocupação de que, diante das possíveis contaminações, o número de doações acabe diminuindo, o diretor-geral do Hemoes, Clio Venturim, ressaltou que a coleta de sangue é um procedimento bastante seguro.

“De 60 mil transfusões que nós fazemos por ano, tivemos agora dois casos. Esses dois casos nos da uma prevalência de 0,003%, que é uma prevalência muito baixa, o que garante que o procedimento é seguro, apesar de ter um risco irrisório”, afirmou.